Publicado em: 12/11/2013 às 18:00hs
A oferta é recorde, mas a estimativa de consumo foi revisada para cima e isso pode favorecer os sojicultores mato-grossenses que entraram na reta final do plantio e que ainda tem em mãos mais de 58% da nova safra a comercializar. Conforme alerta o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), “os produtores mato-grossenses devem ficar atentos a possíveis elevações nos preços que, associadas à valorização do dólar na última semana, devem gerar boas oportunidades de comercialização” de agora em diante.
O cenário refeito ao mercado da soja e que mostra uma demanda forte, é a tônica do Boletim da Soja, divulgado ontem pelo Imea. Conforme os analistas locais, no final da semana passada o relatório mensal do Usda confirmou as expectativas de elevação da produção dos Estados Unidos, aumento de 3 milhões de toneladas (t), ficando em 88,7 milhões na safra 2013/14. Com a modificação na produção as exportações também tiveram alterações, passando a uma projeção de 37,3 milhões para 39,5 milhões de toneladas, pressionadas pela grande demanda mundial da oleaginosa.
Para América do Sul, os dados do Brasil e da Argentina quanto à produção não tiveram modificações e continuam em 88 milhões e 53,5 milhões de t, respectivamente. Porém, as exportações tiveram elevação no Brasil, indo para 44 milhões ante 42,5 milhões de t. Para Argentina houve revisão negativa o que deve gerar uma exportação de 9,7 milhões de t. “Com essas modificações, a produção mundial teve elevação e tem como expectativa 283,5 milhões de t, porém o consumo também se elevou para 270 milhões de t, fazendo com que as expectativas dos estoques finais mundiais tivessem uma queda de 1,3 milhão de t, ficando em 70,2 milhões de t. Este relatório mostra que a demanda pela soja está extremamente forte, e deve continuar durante este ano agrícola, absorvendo a alta da produção, tanto dos EUA como do Brasil (safra 2012/13)”, avaliam os analistas do Imea.
Reação – Conforme avaliação do Imea, os preços da saca da soja com entrega para fevereiro/14 e pagamento em março/14 apresentaram alta na última semana no mercado interno mato-grossense. Em Chicago a commodity no contrato com vencimento para março/14 apresentou alta de 3,2% no comparativo entre fechamentos semanais, e no dólar o aumento foi de 2,7% no mesmo comparativo, influenciando positivamente os preços no mercado interno. A média semanal estadual foi de R$ 46,80/sc, apresentando maior média diária na sexta-feira, de R$ 47,93/sc. No município de Sinop (norte do Estado) a variação em relação à semana anterior foi de 7,3%, e o preço registrado para a última sexta-feira foi de R$ 44,54/sc. Em Lucas do Rio Verde (norte do Estado) a saca da soja encerrou a semana cotada a R$ 47 e em Canarana (leste do Estado) apresentou preço R$ 0,65 inferior ao do início da semana, fechando a R$ 48/sc.
Plantio - Os dados sobre o andamento do plantio da nova safra também fazem parte do Boletim divulgado ontem pelo Imea. Dos 8,30 milhões de hectares estimados para serem coberto nesta safra, 86% estavam cultivados até a última sexta-feira, o que equivale a pouco mais de 7,1 milhão. “Com 86% da semeadura já realizada em Mato Grosso, algumas regiões do Estado já entram na reta final deste processo”, apontam os analistas.
Apesar do avanço de 8,21 pontos percentuais sobre igual intervalo de 2012, ainda há muita diferença na evolução entre as regiões. No médio norte e nordeste, por exemplo, o ritmo atinge 99,5% e 53,2% da área estimada, respectivamente. A principal justificativa para esta diferença são as precipitações ocorridas em cada local, que favoreceram ou atrapalharam os trabalhos no campo.
Em relação à comercialização, das mais de 25,66 milhões de t previstas, somente 58% estavam negociadas no mercado futuro contra 63% em igual momento do ano anterior.
Fonte: Diário de Cuiabá
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