Soja

Em semana de boletim do USDA, soja fecha 2ª feira sem direção

Nesta segunda-feira (9), a soja fechou a sessão regular em campo misto na Bolsa de Chicago


Publicado em: 10/06/2014 às 10:10hs

Em semana de boletim do USDA, soja fecha 2ª feira sem direção

O contrato julho, o mais negociado nesse momento, encerrou o dia sem variação, valendo US$ 14,57, por bushel; o agosto perdeu o patamar dos US$ 14,00, perdendo 6,50 pontos, enquanto os vencimentos mais distantes - agosto e setembro - fecharam com ligeiras altas. Os negócios, mais uma vez, foram marcados pela volatilidade e pela espera pelo novo relatório do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), que será reportado nesta quarta-feira, 11 de junho.

Ainda assim, o mercado segue contando com um significativo suporte de seus fundamentos de oferta e demanda. De acordo com números divulgados nesta segunda-feira (9) pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), os embarques de soja no acumulado do ano já somam mais de 42,2 milhões de toneladas frente à última estimativa do órgõ para as exportações em todo o ano comercial, que é de 43,5 milhões de toneladas.

Segundo Vlamir Brandalizze, consultor de mercado da Brandalizze Consulting, esses números só confirmam e intensificam a força que os fundamentos ainda exercem sobre os negócios com a soja na Bolsa de Chicago. "O aperto no quadro da soja nos Estados Unidos está muito sério e os Estados Unidos irão estourar o projetado para as exportações esse ano, vendendo mais do que poderiam", diz. Apesar desses embarques elevados diante de uma severa escassez de produto no país, os investidores e participantes do mercado já conhecem o quadro, que há muito vem sendo precificado

Paralelamente, foi divulgado, também nesta segunda, que as importações de soja da China em maio somaram 5,97 milhões de toneladas e o volume ficou 8% abaixo das compras de maio, que foram de 6,5 milhões de toneladas. Ainda assim, o total do mês passado foi maior do que o registrado no mesmo mês do ano passado, quando foram importadas 5,098 milhões, um aumento de 17%.

No acumulado do ano comercial, as importações chinesas já somam 45,432 milhões de toneladas. Somente em 2014 foram adquiridas 27,810 milhões de toneladas. A temporada se encerra em setembro e, para todo esse período, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) estima que a demanda da nação asiática alcance as 69 milhões de toneladas.

As exportações norte-americanas, ou seja, o volume já comprometido da safra 2013/14, é de mais de 44, 5 milhões de toneladas, e, segundo analistas, o mercado continua com o papel de, por meio de preços mais altos, racionar uma demanda que não dá sinais consideráveis de desaquecimento ainda. Até mesmo as vendas da safra 2014/15 nos Estados Unidos estão aquecidas.

Para o consultor da Brandalizze Consulting, a China tem comprado expressivamente, nas últimas semanas, soja da nova safra norte-americana por não acreditar em um recuo muito expressivo das cotações nas próximas semanas. Porém, o que limita o avanço dos preços de forma mais acentuada é a boa evolução do plantio nos Estados Unidos, as condições favoráveis de clima e a projeção ainda presente de uma colheita de mais de 98 milhões de toneladas.

Expectativas para o relatório do USDA

Na espera por novos relatórios do USDA que ainda serão divulgados ao longo dessa semana, os investidores e participantes do mercado se mostram mais avessos ao risco, buscando um melhor posicionamento antes da divulgação desses números. Ainda nesta segunda, por volta de 17h (horário de Brasília), o departamento deve divulgar seu novo boletim de acompanhamento de safras, trazendo a atualização sobre o plantio e as condições atuais das lavouras. Até o último domingo (2), o plantio da soja já havia sido concluído em 78% da área.

O boletim de oferta e demanda será divulgado no dia 11 e as expectativas dos traders indicam que as estimativas para os estoques finais norte-americanos, tanto da safra velha quanto da safra nova, serão reduzidos pelo departamento. Para a safra 2013/14, o esperado é que o volume caia de 3,54 milhões para 3,46 milhões de toneladas, enquanto os da 2014/15 poderão cair de 8,98 milhões para 8,76 milhões de toneladas.

Para a produção da nova safra, espera-se um número próximo de 98,71 milhões de toneladas, contra o estimado em maio de 98,93 milhões de toneladas.

Sobre os estoques mundiais, as expectativas do mercado são de que, para a safra 2014/15, o número suba, ligeiramente, de 82,2 milhões para 82,5 milhões de toneladas. Já para a temporada atual, o número pode recuar levemente, passando de 67 milhões de 66,8 milhões de toneladas.

Fonte: Notícias Agrícolas

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