Publicado em: 25/01/2019 às 11:10hs
Os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago registram um novo dia de poucas e limitadas oscilações nesta sexta-feira (25). As cotações, por volta de 8h55 (horário de Brasília), trabalhavam em campo misto, com variações de 0,25 a 0,75 ponto, tendo o março/19 em US$ 9,15 e o julho/19 em US$ 9,41 por bushel.
O mercado futuro norte-americano segue caminhando de lado, com o governo dos EUA paralisado há mais de 30 dias e sem liberar informações oficiais que ajudam a direcionar as cotações. Há semanas o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) não consegue trazer seus dados aos traders e o movimento especulativo acaba por ficar cada vez mais limitado.
Do mesmo modo, há expectativas ainda sobre a guerra comercial entre chineses e americanos - e sobre o encontro que voltam a realizar entre os dias 30 e 31 de janeiro - bem como sobre o número real da nova safra da América do Sul.
As condições de clima preocupam no Brasil, com algumas regiões ainda sofrendo com a falta de chuvas e, caso essas precipitações necessárias não cheguem, as perdas podem se agravar e trazer estimativas mais baixas do que as últimas reportadas por consultorias privadas e pela Conab nas últimas semanas.
Por outro lado, o avanço da colheita brasileira e a chegada dessa nova oferta ao mercado também ajuda a manter uma pressão sobre o futuro das commodities.
"O mercado de grãos continua cauteloso diante de manchetes ainda muito confusas. A seca continua preocupando no Brasil, dando suporte aos preços, mas a falta de um acordo entre China e EUA, bem como a falta de dados do governo americano mantém o caminho duro para que os traders tomem uma direção ou outra", diz a consultoria internacional Allendale, Inc.
Veja como fechou o mercado nesta quinta-feira:
China compra até 7 navios de soja no Brasil e sinaliza boa demanda na América do Sul
Os negócios com a soja 2018/19 no mercado brasileiro parecem estar retomando seu ritmo e, somente nos últimos dias, a China comprou de seis a sete navios de soja para embarque em fevereiro, o que somaria mais de 400 mil toneladas. Segundo Vlamir Brandalizze, consultor da Brandalizze Consulting, essa foi uma soja fechada na faixa de R$ 79,00 por saca.
O movimento não deu espaço para grandes mudanças no cenário atual de preços para o produto brasileiro, apesar de ter provocado uma leve melhora nos prêmios, ainda segundo o executivo, e indica que a demanda da nação asiática pela soja nacional continua bastante ativa.
Além do mais, as compras também são realizadas em um momento de necessidade dos chineses antes da chegada do grande feriado do Ano Novo Lunar e também frente a estoques mais baixos neste momento.
Segundo o analista de mercado Luiz Fernando Gutierrez, da Safras & Mercado, o lineup de navios à espera de soja brasileira vem aumentando e já equivale a cerca de 3 milhões de toneladas para as próximas semanas.
Entretanto, Brandalizze chama a atenção para a fragilidade de movimentos como este. "A China sabe que não pode entrar muito agressiva nas compras porque pode subir o prêmio de forma considerável no Brasil, além disso, novos negócios, para embarques mais longos, continuam escassos", diz o consultor.
Bolsa de Chicago
Na Bolsa de Chicago, a quinta-feira (24), foi mais um dia vazio de informação para os especuladores e de movimentações limitadas novamente. Os principais contratos fecharam o dia com pequenos ganhos de 0,75 a 1 ponto.
"Em meio a falta de informações mais conclusivas vindas sobre a demanda nos Estados Unidos (34 dias de paralisação do USDA), o jogo de “policial bom policial ruim” praticado pelos representantes do governo americano neste momento tem dificultado o direcionamento dos operadores do mer- cado em Chicago", explicaram os analistas de mercado da ARC Mercosul.
Fonte: Notícias Agrícolas
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