Publicado em: 07/03/2019 às 10:10hs
As cotações da soja negociadas na Bolsa de Chicago trabalham com leves altas nesta quinta-feira (7). Os futuros da oleaginosa subiam pouco mais de 3 pontos entre os principais vencimentos, por volta de 7h45 (horário de Brasília). Assim, o maio/19 era cotado a US$ 9,05 por bushel.
O mercado recupera parte das baixas de mais de 11 pontos registradas no fechamento de ontem, quando foi pressionado ainda pelas incertezas sobre o acordo entre China e EUA, mas também pela menor competitividade dos produtos americanos.
Entretanto, tais altas ainda não têm consistência para continuarem, uma vez que faltam novidades que possam construir a base para um avanço consistente da commodity. O mercado segue muito amarrado ainda ao andamento da guerra comercial.
Ainda nesta quinta-feira, os traders recebem também os novos números das vendas semanais para exportação norte-americanos a serem reportados pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos).
E se preparam também para o novo boletim mensal de oferta e demanda que será divulgado nesta sexta-feira, 8 de março, e já começam a alinhar suas posições à espera dos novos números.
Veja como fechou o mercado nesta quarta-feira:
Soja perde mais de 10 pts em Chicago nesta 4ª e pressiona cotações nos portos do BR
Nesta quarta-feira (6), os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago fecharam o pregão com baixas de mais de 11 pontos. Por pouco o maio não perdeu os US$ 9,00 e terminou o dia com US$ 9,02 por bushel, enquanto o agosto/19 foi a US$ 9,22.
Como explicou o analista de mercado Eduardo Vanin, da Agrinvest Commodities, além das incertezas que ainda rondam o mercado internacional, a menor competitividade dos produtos americanos - soja, milho e trigo - ajudou a pressionar ainda mais as cotações na CBOT.
Os prêmios para a oleaginosa americana estão subindo por conta das dificuldades logísticas do momento nos EUA, "o que não condiz com a realidade da necessidade de exportação que os produtores americanos têm neste momento", diz Vanin.
Além da perda de competitividade por preço - com a soja brasileira ainda mais barata do que a americana neste momento, principalmente para os chineses - a qualidade do produto dos EUA também começa a se perder com os armazéns lotados e a falta de demanda, já que as vendas estão represadas nos EUA neste momento.
Enquanto EUA e China não encontram uma solução, os silos norte-americanos já não dão conta de tanto produto a ser estocado e em algumas partes dos EUA a produção já começa a apodrecer e perder qualidade por não estar estocada de maneira adequada.
Com isso, segundo um levantamento da Agrinvest Commodities, o Brasil já tem 14,66 milhões de toneladas comprometidas (embarcadas + nomeadas) no acumulado do ano, contra 12,8 milhões do mesmo período de 2018.
Além disso, os fundos investidores mantêm sua cautela e vão, aos poucos, alinhando suas posições no intuito de estarem bem preparados na chegada efetiva de um consenso entre chineses e americanos ou até mesmo de um agravamento nessa disputa comercial que já dura um ano.
"Os fundos de gestão ativa da CBOT se mostram empilhados no lado das vendas para as três principais commodities agrícolas: soja, trigo e milho. No caso da soja e milho, o redirecionamento prometido da demanda chinesa para os Estados Unidos deverá desengatilhar a cobertura destas posições, para o lado da compra. No entanto, a ARC alerta que este movimento só será observado caso ordens executivas para o fim da Guerra Comercial comecem à serem assinadas", explicam os analistas de mercado da ARC Mercosul.
Ademais, a semana ainda é de novo relatório mensal de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura doa Estados Unidos). A divulgação acontece nesta sexta-feira, 8 de março, e mais uma vez os mercados estão atentos aos estoques finais de soja dos EUA e aos números da nova safra da América do Sul.
Preços no Brasil
No Brasil, os preços subiram nesta quarta-feira refletindo a melhora do dólar, que fechou acima dos R$ 3,80 frente ao real. Prêmios melhores também contribuíram.
No interior, foram registradas altas de até 3,85%, como foi o caso de Itiquira, em Mato Grosso, com a soja valendo R$ 67,50 por saca. Já nos portos, onde os preços estão mais ligados à Bolsa de Chicago, as referências recuaram.
Em Paranaguá, R$ 76,00 no disponível e R$ 76,50 para o mês seguinte, com baixas de 0,65% em ambos os casos. No terminal de Rio Grande, R$ 75,80 no spot, caindo 0,26%, e R$ 76,00 para o próximo mês, com queda de 0,65%.
Fonte: Notícias Agrícolas
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