Publicado em: 27/11/2018 às 11:15hs
Os preços da soja sobem levemente nesta terça-feira (27) após as perdas de mais de 2% na Bolsa de Chicago na sessão anterior e, por volta de 9h20 (horário de Brasília), os ganhos variavam entre 3 e 3,25 pontos. Assim, o janeiro/19 tinha US$ 8,65 e o maio/19, US$ 8,93 por bushel.
O mercado segue seu movimento de ajuste antes do encontro de Xi Jinping e Donald Trump na cúpula do G20 e até que uma definição entre os dois países seja divulgada, o mercado deverá seguir caminhando de lado, com os traders buscando estar bem posicionados.
"Os bastidores da CBOT continuam concentrados nas possiblidades de resolução da retórica comercial entre Trump e Xi Jinping. Não há novos direcionadores políticos para a especulação, uma vez que o encontro marcado entre os líderes para a próxima semana será o foco principal do Mercado, após o feriado", dizem os analistas da ARC Mercosul.
Veja como fechou o mercado nesta segunda-feira:
Soja perde mais de 2% em Chicago nesta 2ª com pressão do dólar e especulação sobre China x EUA
Os preços da soja cederam mais de 2% no pregão desta segunda-feira (26) na Bolsa de Chicago ainda nas expectativas para o encontro de Donald Trump e Xi Jinping no final do mês. O mercado segue ajustando suas posições até que novas informações sobre o encontro sejam divulgadas.
Frente a uma série de fatores que seguem pressionando os preços - como os elevados estoques americanos e a falta da demanda da China pela soja americana - o mais forte deles ainda continua sendo a guerra comercial entre chineses e americanos.
Assim, o contrato janeiro/19 fechou o dia com US$ 8,62 %, e o maio/19, referência para os negócios no Brasil, terminou os negócios com US$ 8,90. As baixas ficaram, portanto, entre 17,25 e 18,50 pontos nos principais contratos.
"O centro das atnções continua sendo o mesmo, mas um passo atrás com relação ao acordo. Durante o dia, a sinalização do governo americano é de que isso ainda está longe e isso, para Chicago, é um fator baixista", diz o diretor da Carlos Cogo Consultoria Agroeconômica, Carlos Cogo. "A leitura continua negativa", completa.
Ademais, a alta forte do dólar frente ao real - de mais de 2% - ajudou a pressionar as cotações. A moeda americana subiu, nesta segunda, 2,49%, encerrando o dia com R$ 3,91. Este foi o maior ganho em mais de 5 meses e já acumula, em cinco sessões conscutivas, uma alta de 4,75%.
O mercado ainda viu, nesta segunda, bons números dos embarques semanais norte-americanos, que passaram mais de 1 milhão de toneladas, porém, no saldo do ano comercial, o total ainda fica bem distante do mesmo período do ano comercial anterior, de acordo com números do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos).
Na semana encerrada em 22 de novembro, os EUA embarcaram 1.105,229 milhão de toneladas de soja, contra as projeções dos traders de 600 mil a 1,2 milhões de toneladas. Em toda a temporada, os embarques já totalizam 12.152,788 milhões de toneladas, enquanto no ano passado eram mais de 21,05 milhões neste mesmo período.
"Esses números ainda pressionam o mercado e isso só mudará se sair uma definição positiva entre Trump e Xi na reunião da cúpula do G20 agora no final de novembro", diz o analista de mercado da Insoy Commodities, Marlos Correa.
Mercado no Brasil
No Brasil, apesar da forte alta do dólar, as baixas em Chicago se sobressaíram e os preços onde não terminaram o dia com estabilidade, fecharam em queda. A alta foi pontual e se deu para a soja da safra nova, em Paranaguá, onde a cotação foi a R$ 79,00 por saca, subindo 1,28%. Ao mesmo tempo, o produto disponível cedeu 3,57% para fechar o dia com R$ 81,00.
Em Rio Grande, queda de 0,60% no spot e para dezembro, com os preços em R$ 82,50 e R$ 83,00 por saca.
A semana começou com negócios lentos e compradores e vendedores evitando se posicionar antes da nova reunião entre os presidentes americano e chinês na cúpula do G20. E a orientação por parte de analistas e consultores é de que, de fato, os produtores aguardem esses próximos capítulos da disputa comercial.
Fonte: Notícias Agrícolas
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