Publicado em: 01/03/2013 às 18:20hs
Este trabalho teve origem com o Projeto Rotcana da Embrapa, vinculada ao Mapa, coordenado pela Embrapa Informática Agropecuária (Campinas, SP), em parceria com a Embrapa Solos (Rio de Janeiro, RJ), Embrapa Soja (Londrina, PR) e o Escritório de Campinas da Embrapa Produtos e Mercado (Brasília, DF), além da Usina Viralcool, onde foi instalada uma Unidade de Observação.
Um dos objetivos desta pesquisa é apresentar o zoneamento de áreas adequadas para a produção sustentável de biocombustíveis a partir da soja, no período de reforma das áreas de produção de cana-de-açúcar, e as primeiras observações em relação às diferentes cultivares de soja conduzidas em Unidades de Observação (UOs), instaladas nas áreas de cana, nos estados de Goiás, Mato Grosso do Sul e São Paulo.
O projeto mostra que a rotação cana/soja no Centro-Sul é tecnicamente viável, nas áreas de reforma que estejam dentro do zoneamento climático para soja. Muitas das áreas de reforma permanecem em repouso durante a primavera e verão, períodos críticos quando os solos são mais suscetíveis à degradação.
A ocupação dessas áreas para o cultivo de outras espécies representa uma oportunidade de gerar receita para as usinas, produtores associados e agricultores familiares.
Por conta da disponibilização de áreas da reforma para cultivo de soja na rotação com cana, uma seleção de variedades está em andamento, desde a safra de 2009/10, em unidades de observação instaladas para avaliação técnica, econômica e ambiental de um sistema de produção de biocombustíveis, a partir da soja, nas áreas de reforma da cultura da cana-de-açúcar sem queima.
A produção de oleaginosas, principalmente de soja, é uma oportunidade para maximizar o uso do solo e oferece vantagens para a cultura da cana-de-açúcar, como o controle de ervas daninhas invasoras e aumento da eficiência dos fertilizantes, especialmente de nitrogênio por fixação biológica pelas leguminosas, explica Fábio César da Silva, pesquisador e coordenador do projeto na Embrapa Informática Agropecuária, e tem o efeito de reduzir o custo de produção da cana e de amortização do capital, conclui o pesquisador.
Para a viabilidade da rotação de culturas de oleaginosas nas áreas de reforma de cana, é desejável que a variedade de soja tenha bom desempenho agronômico e esteja adaptada às condições de solo e clima locais, o que resultará em bom desempenho, facilidade de colheita e apoio ao ciclo de produção da cana-de-açúcar, afirma Fábio César.
Segundo o estudo realizado, as variedades da Embrapa que apresentaram a melhor adaptação e produtividade foram BRS 232 e BRS 282. Entre as variedades resistentes ao glifosato (N-(phosphometthyl) glicina) - RR, as melhores alternativas são as variedades BRS 294 RR e BRS 295RR. O ciclo da variedade deve ser curto, alerta Fábio, para coincidir com o período disponível para reforma do canavial, que varia conforme a região e clima da localidade.
Para Flávio Rodrigo Bazzo, gerente agrícola da Usina Viralcool, “o dia de campo é importante porque expande o horizonte de nossos conhecimentos, através da troca de experiências, na busca de uma melhora na produtividade dos canaviais e melhor aproveitamento do solo, além de gerar receita reduzindo os custos de implantação da cultura de cana-de-açúcar; por isso estamos sempre à disposição para realização de novas pesquisas”.
Durante o Dia de Campo, essas e outras informações sobre a produção de soja em áreas de reforma do canavial serão oferecidas pelos pesquisadores da Embrapa envolvidos no projeto, além dos agrônomos Flávio Rodrigo Bazzo e Alan Morais de Arruda, da Usina Viralcool.
O projeto conta com o apoio da União dos Produtores de Bioenergia - UDOP e Faculdade de Tecnologia (Fatec) de Araçatuba.
Fonte: Embrapa Informática Agropecuária
◄ Leia outras notícias