A Associação dos Produtores de soja e milho de Goiás (Aprosoja-GO) trouxe informações preocupantes sobre a safra de soja no estado. Cerca de um mês após o início da colheita, os produtores enfrentam desafios, com uma previsão de redução de pelo menos 15% no potencial produtivo em comparação com as estimativas iniciais.

O presidente da associação, Joel Ragagnin, revela que as projeções iniciais de 17,5 milhões de toneladas podem não se concretizar, e a produção total pode não ultrapassar os 15 milhões de toneladas. Regiões como o Sudoeste goiano, especialmente, foram afetadas por chuvas irregulares e um veranico em dezembro, durante a fase crucial de enchimento de grãos da soja, o que resultou em diminuição das produtividades.

Ragagnin destaca que produtores em todo o estado enfrentaram dificuldades na implantação das lavouras, com áreas de replantio e plantios fora da janela ideal, fatores que devem impactar negativamente a produtividade.

A instabilidade climática causada pelo El Niño gerou um cenário incomum, com alguns produtores do Sudoeste já colhendo enquanto outros começavam a semeadura em diferentes regiões. Dessa forma, a safra de soja em Goiás ainda está em andamento, e as estimativas de produção continuarão a ser revisadas nas próximas semanas.

Além dos desafios na produção, a comercialização enfrenta lentidão, com preços abaixo dos anos anteriores, levando os produtores a reterem a safra. Joel expressa preocupação, afirmando que se as cotações não melhorarem, as vendas serão lentas e fragmentadas.

Os preços também influenciarão a segunda safra de milho, que pode sofrer uma redução de 15% devido ao atraso na safra de soja, impactando a janela de plantio. O presidente da Aprosoja-GO destaca que a situação pode mudar com base nos preços do milho em fevereiro.