Publicado em: 25/09/2024 às 11:40hs
Com o avanço da safra 2024/25 e o encerramento do período de vazio sanitário, os produtores de soja enfrentam um desafio significativo: a combinação de clima seco e altas temperaturas, particularmente na região do Brasil Central. Essa realidade exige a adoção de estratégias agronômicas bem elaboradas para mitigar riscos e evitar perdas substanciais na produtividade.
Leonardo Furlani, pesquisador e engenheiro agrônomo da DigiFarmz — uma empresa especializada em tecnologia digital para o manejo agronômico —, enfatiza que "uma safra rentável começa com a seleção de sementes de qualidade e um manejo ambiental fundamentado em decisões estratégicas". Furlani sugere que a adaptação das práticas de semeadura e a plantabilidade em condições de clima seco são essenciais. Ele alerta que o replantio pode aumentar os custos em mais de 10% e comprometer a eficiência da operação.
Uma alternativa recomendada é o fracionamento da área de plantio. Essa estratégia permite que parte da lavoura seja semeada mesmo com baixa umidade no solo, enquanto a outra área é reservada para o momento em que as chuvas chegarem, reduzindo assim os riscos de perda de produtividade. Contudo, Furlani adverte que adiar o plantio na expectativa de chuvas regulares pode resultar na perda da janela ideal de semeadura, afetando também a segunda safra. Por outro lado, plantar em solo excessivamente seco pode prejudicar o desenvolvimento das plantas. Assim, o fracionamento do plantio deve ser considerado com cautela, levando em conta as particularidades de cada área.
Além disso, a ausência de palha na superfície do solo, especialmente nas áreas afetadas por queimadas nas últimas semanas, intensifica o estresse térmico e prejudica a lavoura. A palha desempenha um papel fundamental na retenção de umidade e na proteção do solo contra a evaporação excessiva, especialmente em anos com previsão de seca prolongada. "Embora para esta safra não haja tempo para corrigir essa falha, é uma lição valiosa para as próximas safras", observa o agrônomo.
Tomar decisões estratégicas em relação ao plantio e ao manejo é crucial para maximizar a produtividade e garantir um retorno satisfatório sobre o investimento. O fracionamento do plantio, a manutenção de boas práticas, como a cobertura do solo com palha, e, em alguns casos, a utilização de bioestimulantes são algumas das soluções que podem ser implementadas para atenuar os impactos negativos do clima e assegurar uma colheita mais rentável.
Fonte: Portal do Agronegócio
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