Levantamento feito pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) indicou que a retirada da oleaginosa de campo estava concluída em 2% da área total (o equivalente a 177,3 mil hectares) até o dia 8 de janeiro. O ritmo é semelhante ao 1,9% do mesmo período do ano passado.

A região mais avançada é a do oeste do Estado, onde a colheita já foi encerrada em 4,9% da área semeada. Já a região nordeste mato-grossense é a mais atrasada: lá, os trabalhos devem ter início somente no fim de janeiro.

Conforme o Imea, a produtividade ponderada até o momento é de 52,9 sacas de 60 quilos por hectare. Mas alguns resultados abaixo do esperado já são fonte de desânimo para os produtores. Em Campo Novo do Parecis, o rendimento das primeiras áreas colhidas tem oscilado entre 37 e 40 sacas por hectare.

Vera Lúcia Saleiros Cruz Garcia, gerente do sindicato rural do município, diz que os trabalhos estão concentrados em lavouras onde se utilizaram sementes superprecoces (com ciclo de vida próximo a 100 dias), que usualmente atingem produtividades de 39 a 50 sacas. "O problema é que a semeadura foi feita em meados de setembro, quando houve o pior período de seca do ano, na fase de germinação, e isso causou um estresse enorme nas plantas", afirma.

A falta de chuvas também causou problemas no município vizinho, Sapezal. Segundo o presidente do sindicato rural local, Claudio Scariote, os resultados estão muito irregulares, com rendimentos entre 35 e 64 sacas por hectare, a depender se o produtor utilizou algum tipo de irrigação.

Para o restante da safra de ambas as cidades, que deverá ser colhida mais intensamente em fevereiro, a expectativa dos sindicatos é de perdas próximas a 10%, em função da estiagem. Em Campo Novo do Parecis, o último dia de chuvas volumosas ocorreu em 25 de dezembro. "Desde então, só temos precipitações fracas e irregulares. Isso é bom para a colheita, mas atrapalha a maior parte das lavouras que está em fase de granação [enchimento de grãos]", afirma Vera.

A expectativa do Imea é que o Estado produza 27,89 milhões de toneladas de soja na atual temporada 2014/15, 6% acima do ciclo anterior. A produtividade média esperada é de 52,4 sacas por hectare, alta de 0,96% na mesma comparação.