Semear soja um pouco mais cedo que o período recomendado como ideal pela pesquisa é uma tradição em várias regiões do Paraná. Para alguns produtores do município de Floresta, que faz limite com Maringá, o fim do chamado “vazio sanitário”, na próxima segunda-feira (15/09), já autoriza o início da operação.

Época ideal - De acordo com Jurandir Castaldo, fiscal da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), órgão ligado à Secretaria Estadual da Agricultura e do Abastecimento (Seab), núcleo regional de Maringá, a época ideal de semeadura de soja começa no final de setembro e geralmente é concluído por volta do dia 15 de novembro. Mas em Floresta e outros municípios, o costume de antecipar o serviço já está arraigado entre produtores. Eles fazem isso pensando em semear mais cedo, também, a cultura subsequente, de milho, ajustando o calendário para que o cereal não fique exposto, lá na frente, aos riscos do inverno. “Tem gente só esperando pelo fim do ‘vazio’ para começar”, confirma o gerente da unidade da Cocamar local, Frederico João Altrão.

Registros - O fiscal Jurandir Castaldo informa que, neste ano, não houve maiores problemas durante o “vazio sanitário” na região. Foram registradas apenas 3 autuações, contra 14 no ano passado, e 6 notificações. “O tempo seco e muito quente, no último verão, foi desfavorável para a sobra de sementes no solo”, explica. Além disso, diz acreditar que os produtores estão mais conscientes da necessidade de evitarem a germinação de soja durante o período de proibição. Segundo ele, o “vazio sanitário” (que começou a 15 de junho) foi criado para reduzir a quantidade de uredosporos (esporos que aparecem na fase epidêmica da doença) no ambiente durante a entressafra e, dessa forma, diminuir a possibilidade de incidência precoce da ferrugem asiática. Evitar problemas que demandem despesas adicionais com controle químico é necessário porque os produtores de soja vão trabalhar na safra 2014/15 com preços inferiores em relação aos últimos anos e um custo maior em comparação ao ciclo 2013/14.