Publicado em: 27/05/2025 às 09:30hs
A safra de soja 2024/2025 em Mato Grosso bateu recorde histórico de produtividade, alcançando uma média superior a 66 sacas por hectare — um aumento de 14 sacas em relação à temporada anterior. O principal responsável pelo desempenho foi o clima, com melhor distribuição e volume de chuvas e temperaturas mais amenas, segundo dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (IMEA) apresentados no 25º Encontro Técnico da Soja, promovido pela Fundação MT, em Cuiabá.
De acordo com o consultor agronômico da Fundação MT, Élcio Bonfada, a combinação de precipitação adequada e temperaturas controladas foi fundamental para o sucesso da safra. “Na safra anterior, ondas de calor impactaram negativamente a cultura, mas nesta temporada tivemos clima mais ameno, o que favoreceu o desenvolvimento das plantas”, explicou.
Além de conduzir pesquisas de ponta, a Fundação MT apoia produtores com consultoria agronômica personalizada. Bonfada destacou que muitos produtores atingiram suas maiores produtividades históricas, graças a um planejamento agrícola que envolve escolha de cultivares, manejo, época de semeadura e uso de insumos químicos e biológicos alinhados às condições de cada propriedade.
A Fundação MT expandiu significativamente os ensaios de cultivares, instalando mais de 1.600 parcelas experimentais em seis municípios do estado — Sapezal, Nova Mutum, Itiquira, Sorriso, Primavera do Leste e Alta Floresta. A pesquisadora Daniela Dalla Costa explicou que o objetivo é avaliar a estabilidade e desempenho das variedades em diferentes condições climáticas, assim como sua resistência a doenças e pragas.
No município de Sapezal, um dos experimentos registrou produtividade de 93 sacas por hectare, beneficiada por chuvas acima da média e pelo potencial genético das cultivares. Áreas que retomaram a produção de soja, como o Vale do Guaporé, Vale do Araguaia e Alta Floresta, também estão sendo estudadas. Daniela Dalla Costa ressaltou que essas regiões apresentam climas distintos, com desafios específicos, como menor radiação solar em Alta Floresta, o que pode limitar o crescimento das plantas.
Para a próxima temporada, a projeção é otimista. Segundo dados do IMEA, a área plantada de soja em Mato Grosso deve ultrapassar 13 milhões de hectares. “Se as condições climáticas se mantiverem favoráveis, podemos repetir ou até superar o desempenho desta safra”, avaliou Bonfada.
A pesquisadora Daniela Dalla Costa reforça a importância de os produtores optarem por cultivares testadas e adaptadas às condições locais, recomendando o uso de dados confiáveis e a realização de testes em suas próprias lavouras sempre que possível. “Muitos materiais disponíveis no mercado são novos e precisam ser avaliados em diferentes ciclos para garantir resultados consistentes”, orientou.
Com essas estratégias combinadas, a soja mato-grossense segue firme no caminho do crescimento sustentável e da alta produtividade.
Fonte: Portal do Agronegócio
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