A redução mais forte foi feita pela Céleres, que derrubou sua projeção para 84,9 milhões de toneladas, um corte de 4,3 milhões de toneladas, ou quase 5%, ante a projeção de fevereiro, que já havia sido menor que a de janeiro. "Os prejuízos com o clima no Brasil, intensificados na segunda quinzena de fevereiro, levaram a uma redução das estimativas de produtividade de soja", informou ontem a Céleres, em relatório.

Os estados do Sul apresentaram, em média, queda de 9% frente à estimativa de janeiro, disse a consultoria, destacando reduções importantes no Paraná e também em Goiás, no Centro-Oeste. Nestas regiões, houve chuvas abaixo da média e altas temperaturas.

A consultoria AgRural reduziu sua estimativa para cerca de 86 milhões de toneladas, ante 87 milhões em fevereiro. "Essa perda foi puxada por reduções no Paraná, Santa Catarina, São Paulo, Minas Gerais, Goiás e Rondônia", disse a AgRural, que em janeiro chegou a estimar a colheita da oleaginosa em 89,4 milhões de toneladas no País.

No Mato Grosso, a AgRural manteve a estimativa de produtividade em 52,6 sacas por hectare, apesar problemas com a chuva em fevereiro, que resultou em diversos casos de alagamentos, grãos brotando nas vagens e perda de qualidade.

Já a consultoria Clarivi reduziu sua projeção em 1,6%, para 88,1 milhões de toneladas, ante 89,53 milhões vistos no início do mês de fevereiro.

Também ontem, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) reduziu sua projeção para a safra de soja do Brasil para 88,5 milhões de toneladas, ante 90 milhões previstas no relatório divulgado no mês de fevereiro.

Mesmo com todas as reduções previstas, a atual safra nacional de soja deverá superar amplamente o recorde da temporada passada (2012/13) de 81,5 milhões de toneladas, segundo dados oficiais do governo brasileiro.

A colheita, por sua vez, chegou a 49% da área plantada no Brasil, com avanço de 10 pontos percentuais em uma semana, ainda de acordo com dados da AgRural. O índice supera os 46% de um ano atrás e os 41% da média de cinco anos.