Soja

Chuvas e máquinas de ponta fazem desta semeadura um recorde em MT

No Estado, ritmo é o mais avançado de toda série histórica do Imea. Clima e parque de máquinas são protagonistas


Publicado em: 05/11/2013 às 17:40hs

Chuvas e máquinas de ponta fazem desta semeadura um recorde em MT

De meados de outubro para cá, a semeadura da nova safra de soja, ciclo 2013/14, ganhou ritmo graças à dobradinha clima e à capacidade operacional dos produtores que têm maquinários em quantidade e qualidade para dar a resposta que a janela de plantio exige. No último quarto da superfície a ser plantada, os trabalhos se dão a passos largos e a semeadura da soja atinge recorde em Mato Grosso. Mais de 71,7% da área estimada estavam semeadas até a última sexta-feira, ou seja, da previsão de cobertura de 8,30 milhões de hectares (ha), 5,95 milhões estavam plantados no Estado, que é o maior produtor do grão no país.

Depois de um início de safra “no pó”, ainda em 15 de setembro, a cadência da semeadura refletiu por semanas a irregularidade das chuvas e por pouco mais de 30 dias tinha o saldo de hectares cobertos abaixo do registrado em igual momento de anos anteriores. A virada veio da segunda quinzena de outubro em diante e sempre como reflexo da regularidade das chuvas.

Conforme o Boletim da Soja divulgado ontem pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), a evolução semanal do plantio foi de 21,1 pontos percentuais (p.p), com isso o Estado semeou quase 45% da sua área em apenas 15 dias e colocou este ano como o mais avançado de todos os dados históricos do Imea, ficando 9,22 p.p. à frente da safra passada. “Com 5,95 milhões ha semeados, os produtores estão tendo uma evolução diária de 121 mil hectares, sendo o maior volume já registrado, visto que na safra passada – quando o plantio se deu de forma bastante rápida - esse valor era de 101 mil hectares por dia”.

Como destaca o Imea, a grande capacidade de semear só está sendo possível devido ao clima favorável na grande maioria das regiões, junto com a boa estrutura de maquinários que os produtores mato-grossenses têm.

A concentração do plantio acende a luz amarela no campo, já que com isso, a colheita também deverá ser concentrada, ou seja, grandes extensões prontas para retirada do grão em um curto intervalo. “A colheita também terá que ser realizada em curto espaço de tempo e os produtores devem estar preparados para uma colheita bastante intensa, visto que, além de mais colheitadeiras, os produtores devem ficar atentos a possível falta de caminhões para levar a safra até o silo mais próximo, a exemplo do que já ocorreu neste ano com a própria soja e o milho”, adverte.

MERCADO - Outra preocupação recorrente dos sojicultores mato-grossenses está relacionada ao mercado da leguminosa. “O mercado irá passar por um momento decisivo durante esta semana, com a divulgação do relatório de oferta e demanda do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) que deve trazer os dados atualizados da safra norte-americana. Estes dados devem definir a tendência dos preços da soja e, por isso, os produtores devem ficar atentos para aproveitarem possíveis pontos de comercialização, que possam vir a ocorrer no decorrer das próximas semanas”.

Segundo o último relatório de acompanhamento de safra do Usda (sigla em inglês), 77% da soja norte-americana desta safra já haviam sido colhidas no mês passado, sendo Louisiana o estado mais avançado neste processo, com 96%.

A safra da soja começou mais tarde este ano se comparado a 2012, ano em que a colheita encontrava-se 9 p.p. à frente da safra atual neste mesmo período. Como esclarece o Imea, o atraso na colheita já era esperado, devido principalmente às condições climáticas de 2013, que atrasaram a semeadura do grão nos Estados Unidos. Durante as semanas de 30/09 a 21/10, o Usda não divulgou dados de colheita da soja, pois o setor público norte-americano encontrava-se paralisado nesse período. “Apesar de os preços da soja no Brasil estarem mais baixos como consequência da colheita no Hemisfério Norte, a demanda mundial está aquecida, o que tende a amenizar a grande oferta da oleaginosa”.

REAÇÃO LOCAL – Conforme o Imea, a semana passada registrou leve alta nos preços pagos à soja futura no mercado mato-grossense. O preço médio estadual para última semana de outubro no contrato com entrega para fevereiro e pagamento em março foi de R$ 45,67, influenciado pela desvalorização das cotações da soja em Chicago, que recuaram 2,6% na semana, mas amenizado pela valorização do dólar, que encerrou a semana com o dólar dezembro, apresentando valorização de 3,4% em relação à sexta-feira anterior. No município de Rondonópolis o preço pago na soja atingiu valor máximo na quinta-feira, de R$ 49,45/sc e encerrou a semana a R$ 48,20/sc. Em Sorriso e Sinop os preços registrados para a saca de soja na sexta-feira foram de R$ 43,09 e R$ 41,50, com variações semanais de 0,8% e -0,8%, respectivamente.

Fonte: Diário de Cuiabá

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