Publicado em: 18/03/2014 às 10:10hs
Ainda com muita atenção aos fundamentos, os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago registram novos ganhos no pregão eletrônico desta terça-feira (18). O mercado dá continuidade à recuperação iniciada ontem, quando fechou o dia com ligeiras altas, e o vencimento maio/14 já recupera os US$ 14 por bushel.
Por volta das 7h30 (horário de brasília), as posições mais negociadas subiam entre 7,50 e 10 pontos, focando a demanda intensa e contínua pela soja dos Estados Unidos, bem como os estoques do país em níveis historicamente ajustados.
Além disso, a dificuldade de chegada da nova safra da América do Sul ao mercado também impacta de forma positiva para os preços nessa semana. Depois das perdas registradas pelas cotações nos últimos dias, os produtores brasileiros têm evitado efetivar suas vendas, à espera de uma retomada dos preços, os quais também perderam alguns patamares por conta dos prêmios negativos nos portos brasileiros.
Veja como fechou o mercado nesta segunda-feira:
Soja fecha com leve alta focando demanda forte pelo produto dos EUA
O mercado de soja em Chicago fechou os negócios desta segunda-feira (14) com leves altas na Bolsa de Chicago. Os ganhos nos principais vencimentos foram de pouco mais de 3 pontos e voltaram a refletir os fundamentos ainda muito positivos para as cotações, principalmente na ponta da demanda pelo produto norte-americano.
De acordo com números divulgados pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), os embarques de soja do país, no acumulado deste ano comercial, já passam de 38,9 milhões de toneladas, frente à uma projeção de exportações de 41,6 milhões de toneladas. Na semana que terminou no último dia, o volume de soja embarcado nos EUA foi superior a 900 mil toneladas.
Com isso, os estoques norte-americanos se ajustam ainda mais, agravando o quadro de oferta e consumo que tem sido o principal fator de suporte para as cotações nesse momento. Segundo explicou Camilo Motter, economista da Granoeste Corretora, esses dados continuam indicando a força da demanda ainda muito forte pela soja americana, quando já deveria estar se deslocando para a América do Sul.
Ainda sobre a demanda, os números trazidos pela Associação Nacional dos Processadores de Oleaginosas dos Estados Unidos (Nopa) indicaram que a procura interna pela oleaginosa também segue bastante aquecida. Em fevereiro, os EUA processaram 3,85 milhões de toneladas. O volume ficou ligeiramente acima das 3,83 milhões de toneladas que o mercado esperava. Em janeiro, no entanto, foram processadas 4,17 milhões de toneladas e em fevereiro de 2013, o total foi de 3,71 milhões.
Apesar disso, Motter afirma que esse é um momento de falta de rumo para os preços no cenário internacional, já que as informações positivas e boatos negativos, que poderiam pressionar o mercado e mesmo ainda se terem sido confirmados, têm sido confrontados, o que limita o potencial de alta dos preços nesse momento.
Assim, seria possível haver mais algumas realizações de lucros, ainda segundo o economista, caracterizando uma correção técnica após as fortes altas dos últimos dias. "O mercado busca agora novas informações que possam resultar em movimentos mais expressivos de alta ou de queda", diz. Dessa forma, acredita que os preços devem continuar, portanto, oscilando próximo dos US$ 14 por bushel.
Mercado Interno - No mercado interno, os preços acompanharam o recuo registrado em Chicago e também perderam um pouco de força. Nas principais praças de comercialização, após as baixas na CBOT, as perdas variaram de R$ 3,00 a R$ 4,00 por saca, bem como nos portos.
Outro fator de pressão para os preços no mercado brasileiro foram os prêmios em campo negativo. Nesta segunda-feira, por exemplo, o prêmio para abril praticado no Porto de Paranaguá está 17 centavos de dólar negativos.
No entanto, frente à essas perdas de valor, os produtores brasileiros reduziram seu volume de vendas, aguardando pela recuperação dos preços e, portanto, melhores oportunidades de comercialização.
Fonte: Notícias Agrícolas
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