Publicado em: 13/11/2024 às 14:10hs
O Brasil está a caminho de superar o recorde histórico de exportação de farelo de soja alcançado em 2023, com a previsão de volumes ainda mais elevados em 2024, conforme afirmou a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) nesta terça-feira (12).
De acordo com Jean Budziak, responsável pela área de Inteligência de Mercado da Anec, a exportação de farelo de soja tende a ser superior à do ano passado, considerando que o volume mensal do produto se mantém de forma linear. "Exportaremos mais do que em 2023", declarou Budziak.
Embora a Anec não divulgue uma previsão numérica para o farelo de soja, como faz para a soja e o milho, a análise baseada na programação de embarques para novembro e nos volumes já exportados de janeiro a outubro aponta para a possibilidade de um novo recorde. A expectativa é de que as exportações de farelo de soja superem as 22,35 milhões de toneladas registradas em 2023. Até o final de novembro, o Brasil deve exportar 21,12 milhões de toneladas do produto, com apenas 1,23 milhão de toneladas necessárias para bater o recorde do ano passado, o que já foi superado em diversos meses de 2024.
Em outubro, as exportações atingiram um patamar histórico, com 2,46 milhões de toneladas exportadas. Para Budziak, esse desempenho recorde se deve a uma combinação de fatores, como a antecipação da demanda em razão dos prazos relacionados à lei antidesmatamento da União Europeia, principal mercado para o farelo brasileiro. “Após a prorrogação da implementação da lei, não houve tempo suficiente para renegociar”, explicou o especialista.
Além disso, as boas margens de esmagamento no Brasil também contribuíram para o aumento nas exportações de farelo de soja. Com margens mais favoráveis no processamento do produto, algumas unidades optaram por ampliar a produção e exportação de farelo, compensando a menor rentabilidade nas exportações de soja e milho.
Se confirmado, o recorde de exportação de farelo de soja em 2024 representará uma superação em relação a 2023, quando o Brasil se beneficiou de uma quebra de safra na Argentina, tradicionalmente o maior exportador mundial do produto. Em 2023/24, o Brasil deverá manter-se como o segundo maior exportador global de farelo de soja, após ter ultrapassado a Argentina no ciclo anterior, conforme dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).
Além das previsões para o farelo de soja, a Anec também atualizou suas projeções semanais para as exportações de soja e milho em novembro. A estimativa para a exportação de soja do Brasil aumentou para 2,81 milhões de toneladas, superior à previsão de 2,45 milhões feita na semana anterior. Para o milho, a projeção também foi revista para cima, chegando a 5,38 milhões de toneladas, contra 4,77 milhões na previsão anterior. Já as exportações de farelo de soja em novembro devem somar 1,87 milhão de toneladas, frente à previsão anterior de 1,56 milhão. Em comparação a novembro de 2023, quando o Brasil exportou 4,6 milhões de toneladas de soja, 7 milhões de toneladas de milho e 1,9 milhão de toneladas de farelo de soja, as estimativas deste ano refletem um cenário de volumes mais ajustados.
Fonte: Portal do Agronegócio
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