Publicado em: 06/10/2025 às 18:40hs
O Brasil alcançou um novo recorde nas exportações de soja em setembro de 2025, com 6,5 milhões de toneladas embarcadas, segundo dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). O volume representa alta de 6,6% em relação ao mesmo período do ano passado e reflete a forte demanda internacional pela oleaginosa brasileira.
Apesar da retração de 30,3% em comparação a agosto — movimento típico do segundo semestre, quando os estoques internos diminuem —, o desempenho de setembro superou as expectativas e consolidou o protagonismo brasileiro no mercado global.
Entre janeiro e setembro de 2025, o Brasil embarcou 93 milhões de toneladas de soja, o maior volume já registrado para o período. Esse resultado reafirma o papel estratégico do país como principal fornecedor mundial do grão, impulsionado pela procura firme de compradores da Ásia e da Europa.
Segundo pesquisadores do Cepea, o desempenho reforça a competitividade da soja brasileira, mesmo diante de uma concorrência mais intensa da Argentina, que aumentou sua oferta neste segundo semestre. Ainda assim, a qualidade e o custo competitivo do produto nacional garantiram espaço no mercado externo, especialmente na China, maior destino das exportações.
A recuperação da safra argentina pressionou parcialmente os embarques brasileiros, limitando parte do crescimento nas exportações do mês. No entanto, o cenário global segue favorável ao Brasil, com a demanda firme e estoques internacionais ajustados.
Enquanto isso, as atenções do setor se voltam para o clima e o andamento da safra 2025/26. No Paraná, o plantio avança em ritmo satisfatório, mas no Centro-Oeste e Sudeste o processo segue lento devido à escassez de chuvas, fator que preocupa produtores e pode influenciar o cronograma de semeadura e produtividade futura.
Com os embarques acumulados em alta e a nova safra enfrentando desafios climáticos, o mercado de soja brasileiro vive um momento estratégico de transição. A forte demanda internacional mantém os preços sustentados, mas especialistas alertam que produtores devem acompanhar de perto as condições do tempo e a dinâmica global de oferta, que podem influenciar as margens e a competitividade nos próximos meses.
Fonte: Portal do Agronegócio
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