Publicado em: 14/07/2014 às 14:20hs
“O sul é uma fronteira agrícola, e o estudo mostra que se o produtor usar variedades adequadas, vai ter rendimento semelhante ao de outras regiões”, destacou o vice-presidente da FARSUL, Gedeão Pereira, que participou dos experimentos como produtor, em Bagé.
O coordenador das comissões de Grãos da FARSUL, Jorge Rodrigues, acredita que a oleaginosa veio para ficar na região sul, então é preciso conhecer melhor as cultivares para ter um potencial produtivo próximo do desempenho da soja no norte do Estado.
De acordo com o gestor de cultivos de verão da Fundação Pró-Sementes, Victor Sommer, existem 5 milhões de hectares na região, entre várzea e coxilha, que podem ser cultivados em rotação com o arroz. “O produtor do sul já é especialista em irrigação e vai ter também que se especializar em drenagem”, explicou Sommer. A média do cultivar com melhor desempenho em Bagé, em área de coxilha, chegou ao volume de 4.625 kg por hectare, enquanto na várzea a média da melhor foi de 4.383 kg por hectare.
De acordo com Pereira, “a soja é muito importante para o produtor do sul, porque contribui para limpar o inço do arroz, o que diminui o custo da lavoura. Outra questão é que ajuda a segurar o preço do arroz, pois o produtor pode vender primeiro a oleaginosa e segurar o cereal até a rentabilidade estar melhor”, diz Pereira.
Para o diretor técnico e administrativo da Fundação Pró-Sementes, José Hennigen, a escolha do cultivar ideal para a localidade é essencial para se começar uma boa lavoura. “Uma variedade que é boa em um lugar pode não ser em outro. Por isso é importante o experimento, porque ele mostra a pontualidade. Se o produtor souber escolher bem a semente, certamente não terá aumento de custo, já que os resultados devem ser satisfatórios”, comentou Hennigen.
Os resultados são fruto de uma parceria entre o Sistema FARSUL e a Fundação Pró-Sementes, que se iniciou em 2008 e conta com estudos de oito anos em cima do trigo e sete em cima da soja. O presidente da entidade, Carlos Sperotto, destacou a seriedade e a permanência do trabalho desenvolvido na busca de resultados.
Para o Superintendente do Senar-RS, Gilmar Tietböhl, as informações oriundas da avaliação são fundamentais para levar conhecimento técnico aos produtores. “Estamos começando a trabalhar muito com assistência técnica, e com certezas esses dados vão ser um acréscimo de muita qualidade ao produtor. Para o trabalho do Senar é um insumo importantíssimo”, afirma Tietböhl.
Confira o Estudo na íntegra:
- Avaliação de Cultivares no Rio Grande do Sul http://www.farsul.org.br/arquivos/apresentacaofarsul_2013_2014.pdf
Fonte: Federação da Agricultura e Pecuária do Rio Grande do Sul - FARSUL
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