Soja

ANPII reforça resultado de pesquisa da CESB que comprova a eficiência do uso de inoculantes no cultivo de soja

Comitê Estratégico Soja Brasil (CESB) confirma que a adição de fertilizante nitrogenado no cultivo desta leguminosa não aumenta significativamente a sua produção. A Associação Nacional de Produtores e Importadores de Inoculantes (ANPII), aponta que a fixação biológica do nitrogênio é mais rentável e melhor para o ambiente


Publicado em: 18/02/2014 às 08:30hs

ANPII reforça resultado de pesquisa da CESB que comprova a eficiência do uso de inoculantes no cultivo de soja

Desde sua fundação em 1980, a ANPII tem muito claro que a Fixação Biológica do Nitrogênio é uma tecnologia estratégica para a cultura de leguminosas e gramíneas e por isso realiza um trabalho para a melhoria contínua dos inoculantes e pela divulgação desta técnica junto à assistência técnica e agricultores. A associação reúne uma série de estudos que comprovam a eficácia da adição de rizóbios às sementes e substitui totalmente a necessidade do uso de adubos nitrogenados nas lavouras de soja. Essa substituição contribui para a promoção de uma agricultura de baixa emissão de carbono para a atmosfera e permite a redução do custo de produção e melhora a fertilidade do solo. Uma recente pesquisa divulgada pelo Comitê Estratégico Soja Brasil (CESB) confirma os demais estudos realizados, mostrando que a adição de fertilizante nitrogenado no cultivo da soja não aumenta significativamente a sua produção, além da relação entre custo e benefício não ser positiva. O estudo realizado contou com a participação de 16 instituições públicas e privadas de nove estados brasileiros. Foram conduzidos 51 experimentos nas principais regiões produtoras de soja do país para avaliar o efeito da suplementação com ureia no estágio reprodutivo R5.3 sobre o rendimento da soja. Desses 51 experimentos, em apenas 7 a resposta a aplicação de N foi significativa. Em média, o incremento dos locais onde houve resposta positiva foi de 5,2 sacas/hectares, para a dose de 200kg/ha de ureia, não sendo viável economicamente. A pesquisa concluiu que as bactérias em associação com as plantas acompanhadas do nitrogênio mineral do solo já são suficientes para atender as necessidades do elemento químico.

De acordo com Solon Araújo, consultor da Associação Nacional de Produtores e Importadores de Inoculantes (ANPII), há mais de 40 anos existem tentativas de se adicionar nitrogênio mineral à cultura da soja, mas todas estas tentativas tem se mostrado infrutíferas, pois aumentam muito o custo de produção sem retorno em produtividade. “Ainda hoje o inoculante é o insumo que traz mais rentabilidade para o dinheiro aplicado em sua compra. A fixação biológica do nitrogênio é mais rentável e melhor para o ambiente”, explica. A associação representa atualmente nove empresas (Basf, Bio Soja, Microquimica, Nitro 1000, Novozymes, Rizobacter, Stoller e Total Biotecnologia), que respondem por cerca de 70% dos inoculantes comercializados no país e realiza um trabalho para a melhoria contínua desta tecnologia.

A pesquisadora da Embrapa Cerrados Ieda de Mendes, comenta que graças ao processo de fixação biológica de nitrogênio, a inoculação substitui totalmente a necessidade do uso de fertilizantes nitrogenados nas lavouras de soja. “O inoculante contém bactérias selecionadas do gênero Bradyrhizobium que, quando associadas às raízes de soja, conseguem converter o nitrogênio da atmosfera em compostos nitrogenados, que serão utilizados pela planta”, declara. A pesquisadora mostra que todos os estudos conduzidos em vários locais do país, por vários anos, reforçam os benefícios econômicos que resultam da substituição dos fertilizantes nitrogenados pela inoculação com rizóbio e indicam que não existe razão para a utilização desses insumos em nenhum estágio do cultivo da soja. “Para se ter uma ideia em 2013, o uso de apenas 20 kg de N/ha, na forma de ureia (equivalente a 42 kg desse adubo), na soja cultivada no Brasil resultaria em um custo adicional de cerca de R$ 62,50/ha, totalizando 1,7 bilhão de reais nos 27,7 milhões de ha cultivados com soja”, enfatiza.

Solon reforça que a agricultura moderna aponta de forma muito clara para o uso racional dos insumos associados a práticas físicas e biológicas para a manutenção do solo como um organismo vivo e não apenas como suporte para os fertilizantes. “Práticas como o plantio direto, a integração lavoura-pecuária e a fixação biológica do nitrogênio, bem como outras ferramentas microbiológicas que apontam no horizonte, indicam o rumo para uma nova agricultura, mais sustentável ao longo do tempo, conservando o solo, o grande recurso natural para a produção de alimentos”, conclui.

Fonte: NewslInk

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