Soja

Ainda em busca de direção, mercado da soja opera com leve recuo na CBOT nesta 3ª

Perto de 7h55 (horário de Brasília), as cotações recuavam entre 1,75 e 2,25 pontos, com o agosto valendo US$ 8,84 e o novembro, US$ 9,02 por bushel


Publicado em: 30/07/2019 às 10:50hs

Ainda em busca de direção, mercado da soja opera com leve recuo na CBOT nesta 3ª

Os preços da soja, nesta terça-feira (30), trabalham com leves baixas na Bolsa de Chicago, e devolvem as pequenas altas registradas no fechamento do pregão anterior. Perto de 7h55 (horário de Brasília), as cotações recuavam entre 1,75 e 2,25 pontos, com o agosto valendo US$ 8,84 e o novembro, US$ 9,02 por bushel.

O mercado internacional ainda se mostra sem direção, buscando mais informações sobre os principais fatores que impactam a formação dos preços neste momento, em especial a nova safra norte-americana. Ontem, no final do dia, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) manteve em 54% o índice de lavouras de soja em boas ou excelentes condições no país, enquanto os traders apostavam em uma leve redução para 53%.

Ainda assim, os números seguem muito abaixo do ano passado e da média plurianual. E os índices que mostram o desenvolvimento das plantas também chamam a atenção pelo atraso.

São 57% das plantações de soja em florescimento, contra 40% da semana anterior, 85% de 2018 e 79% de média dos últimos cinco anos.

São também 21% das lavouras em formação de vagens, enquanto eram 7% na semana anterior. No ano passado, nesse mesmo período, o total era de 58% e a média para as últimas cinco safras, de 45%.

Assim, o cenário de clima no Corn Belt é outra peça-chave do mercado neste momento e os olhos dos traders seguem muito atentos aos mapas que são atualizados durante o dia.

Mais do que isso, o mercado se mostra atento ainda ao encontro que acontece esta semana em Xangai entre líderes da China e dos EUA para dar sequência às negociações da guerra comercial. Entretanto, as expectativas do mercado em torno dessa reunião são baixas e não se espera grande avanço, tampouco um acordo efetivo entre os dois países.

Larry Kudlow, um dos principais representantes do governo norte-americano, em uma entrevista concedida nesta segunda-feira afirmou que Donald Trump poderia até mesmo colocar mais tarifas sobre produtos chineses dependendo dos resultados do encontro na nação asiática.

Veja como fechou o mercado nesta segunda-feira:

Soja: Leves altas em Chicago e máxima em 3 semanas do dólar puxam preços no BR

As referências de preços da soja nos portos do Brasil subiram mais de 1% nesta segunda-feira (29) com o dólar voltando a subir e alcançando sua máxima em três semanas. Em Paranaguá, ganho de 1,54% para R$ 79,00 por saca no disponível e de 1,53% para agosto, onde a cotação ficou em R$ 79,50. Em Rio Grande, altas de 1,29% e 1,28%, para R$ 78,50 e R$ 79,00 por saca.

No interior do país os indicativos também subiram e chegaram a registrar ganhos de até 2,27%, como foi o caso do Oeste da Bahia, onde a saca terminou o dia nos R$ 67,50. Os preços subiram ainda em praças de Goiás, de Mato Grosso e do Paraná. Em Ponta Grossa, o valor da saca ficou em R$ 76,50 nesta segunda.

Apesar do avanço, os negócios permanecem pontuais, já que as cotações ainda não apresentam patamares atrativos para que os produtores retornem ao mercado e retomem efetivamente suas vendas. Da safra 2018/19 já há cerca de 75% comercializado e o restante, o sojicultor ainda retém na espera de melhores oportunidades.

DÓLAR

A moeda norte-americana terminou a sessão desta segunda-feira com alta de 0,27% e valendo R$ 3,783, registrando seu mais elevado patamar, segundo a agência de notícias Reuters, desde 8 de julho último.

"Juros mais baixos nas principais economias melhoram a relação risco/retorno para aplicações em ativos de mercados mais arriscados, como os emergentes, o que pode estimular entrada de capital para o Brasil, contribuindo para alívio no dólar", informaram especialistas ouvidos pela agência.

BOLSA DE CHICAGO

Na Bolsa de Chicago, o mercado fechou o dia com leves altas neste primeiro pregão da semana. Os principais contratos terminaram o dia com ganhos de pouco mais de 2 pontos, e o agosto sendo cotado a US$ 8,85. Já o novembro ficou em US$ 9,04 por bushel.

O mercado teve um dia técnico, de reposicionamento e à espera de novas informações para definir uma direção.

Um dos principais pontos de atenção nesta semana será o encontro pessoal que acontece na China entre líderes americanos e chineses para retomar as negociações em torno do conflito comercial. A disputa já dura mais de um ano e que mudou completamente a dinâmica do mercado global de soja.

Os países buscam um acordo, mas se sabe que o caminho ainda é bastante longo. O presidente Donald Trump, durante a semana, mais uma vez fez declarações sobre a nação asiática e e afirmou que não acredita que um consenso seja alcançado na reunião dos próximos dias.

As discussões são muitas e em um dos centros dessas inúmeras conversas segue o mercado da soja. Agora, chineses e americanos divergem sobre quanto da oleaginosa dos EUA já foi enviada à China desde que foi sinalizada uma ação de 'boa vontade' por parte da nação asiática de comprar mais produtos agrícolas norte-americanos, desde que Trump e Xi se reuniram na última reunião do G20, no final de junho, em Osaka, no Japão.

O que também ajudou a dar um suporte aos preços nesta segunda-feira foram os números dos embarques semanais norte-americanos. Na semana encerrada em 25 de julho, os embarques norte-americanos somaram 1.031,477 milhão de toneladas, contra projeções que variavam de 380 mil a 790 mil toneladas. Em toda a temporada, os embarques americanos somam 40.311,922 milhões de toneladas, contra mais de 52 milhões do mesmo período do ano passado.

Paralelamente, foco no clima no Corn Belt e no desenvolvimento das lavouras norte-americanas. As condições ainda são bastante irregulares e há regiões de produção onde o cenário de falta de chuvas de mais de 10 dias já traz mais preocupações ainda sobre a qualidade da soja e do milho.

"Embora o oeste e norte do Corn Belt estejam melhorando, parte das áreas de Illinois e Indiana continuam precisando urgentemente de chuvas", diz o diretor do Grupo Labhoro, Ginaldo Sousa.

Fonte: Notícias Agrícolas

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