Publicado em: 12/09/2025 às 07:30hs
A adoção da agricultura regenerativa tem mostrado resultados positivos na produção de soja em Goiás, mesmo em cenários de estiagem. Segundo dados do programa Regenera Cerrado, áreas que utilizam essa prática alcançaram média de 69 sacas por hectare na safra 2023/2024, superando tanto as áreas de cultivo convencional, com 66 sacas por hectare, quanto a média estadual, de apenas 56 sacas.
Criado em 2022, o programa Regenera Cerrado conta com o patrocínio da Cargill, que recentemente renovou seu apoio para uma nova fase. A iniciativa acompanha 12 fazendas da região de Rio Verde (GO), somando 7.841 hectares dentro do bioma Cerrado – responsável por 60% da produção agrícola do Brasil.
O objetivo é validar cientificamente as práticas de agricultura regenerativa, promovendo a saúde dos ecossistemas e a resiliência produtiva de culturas como soja e milho. Os dados da safra 2023/2024 foram apresentados durante o 3º Workshop Regenera Cerrado, realizado em agosto, no Instituto Federal Goiano.
Mais de 35 pesquisadores analisaram, ao longo de três anos, dados das safras 2022/2023 e 2023/2024. As práticas já aplicadas empiricamente pelos produtores foram caracterizadas e validadas, com estudos em áreas como entomologia, fitopatologia e saúde do solo.
Até agora, os resultados foram sistematizados em 31 conteúdos científicos, sendo 12 artigos já publicados. Para a coordenadora das pesquisas, Dra. Eliana Fontes (Embrapa), o projeto mostra como ciência e campo podem caminhar juntos rumo a uma agricultura mais sustentável.
Produtores que integram o programa confirmam os ganhos na produtividade. Marion Kompier, da Fazenda Brasilanda, em Montividiu (GO), foi uma das pioneiras a adotar a agricultura regenerativa. Segundo ela, o apoio dos pesquisadores acelera a busca por soluções eficientes:
“Esse é um caminho que estamos construindo. Os pesquisadores estão trazendo respostas e nos ajudando a achar o caminho mais rápido”, afirmou.
Além da Cargill, o Regenera Cerrado conta com a colaboração de 11 instituições, entre elas:
O projeto é coordenado pelo Instituto BioSistêmico (IBS), em parceria com o Grupo Associado de Agricultura Sustentável (GAAS) e o Grupo Associado de Pesquisa do Sudoeste Goiano (GAPES).
Fonte: Portal do Agronegócio
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