Publicado em: 29/04/2024 às 17:00hs
No Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná-Iapar-Emater (IDR-Paraná), em Londrina, representantes de diversas entidades do setor agropecuário se reuniram para iniciar um projeto pioneiro de monitoramento da cigarrinha-do-milho. Este trabalho faz parte da Rede de Agropesquisa Complexo de Enfezamento do Milho no Paraná, que busca combater a propagação desta praga e os danos causados por ela.
Criada em 2023 para responder às crescentes demandas do setor agrícola do Paraná, a rede se destaca na busca por soluções para os prejuízos causados pela cigarrinha-do-milho (Dalbulus maidis), que é responsável por transmitir uma série de doenças para a lavoura. Para enfrentar esse desafio, a rede estruturou seu trabalho em três eixos principais: monitoramento, reação de cultivares e controle químico e biológico.
Na semana passada, uma equipe de pesquisadores da Área de Proteção de Plantas do IDR-Paraná conduziu um treinamento para 12 extensionistas, representando seis mesorregiões produtoras de milho segunda safra. O treinamento cobriu temas como instalação e coleta de armadilhas adesivas, taxonomia e identificação da cigarrinha, e atualizações sobre sua bioecologia.
Um dos resultados do treinamento foi a elaboração de um protocolo técnico para monitoramento da cigarrinha-do-milho, que será usado como base para futuras ações. Segundo Ivan Bordin, pesquisador da Área de Fitotecnia, a capilaridade dos técnicos do IDR-Paraná nos municípios permite ajustar as estratégias de manejo conforme as informações sobre a biologia do inseto se tornam mais claras.
Além do monitoramento, a equipe técnica destacou outras estratégias importantes para combater a cigarrinha-do-milho, como a seleção de cultivares tolerantes, tratamento de sementes, pulverizações regulares, controle de plantas daninhas e planejamento do plantio para minimizar os impactos das pragas. A combinação dessas estratégias é fundamental para reduzir a propagação do "complexo de enfezamento do milho", causado por vírus e bactérias transmitidos pela cigarrinha.
O projeto prevê a criação de mapas de distribuição populacional da cigarrinha-do-milho, que ajudarão a emitir alertas durante períodos críticos da safra. Esses alertas são essenciais para orientar técnicos e produtores sobre quando intensificar o controle da praga. Segundo a pesquisadora Michele Regina Lopes da Silva, esses alertas permitem que os produtores decidam quando tomar medidas mais rígidas para proteger suas plantações.
A Rede de Agropesquisa Complexo de Enfezamento do Milho conta com a participação de diversas instituições de pesquisa, universidades e cooperativas, além de apoio financeiro da Fundação Araucária e do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar-PR). O investimento total previsto é de R$ 3,8 milhões, com duração de três anos.
Com uma abordagem colaborativa, a rede busca promover estratégias integradas para enfrentar os desafios causados pela cigarrinha-do-milho e garantir a sustentabilidade da produção de milho no Paraná. A diretora de pesquisa e inovação do IDR-Paraná, Vânia Moda Cirino, destacou a importância do trabalho conjunto, ressaltando que a disseminação dos resultados da pesquisa é fundamental para combater essa praga de forma eficaz.
Fonte: Portal do Agronegócio
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