Publicado em: 02/12/2024 às 11:35hs
O Consórcio Antiferrugem registrou as primeiras ocorrências de ferrugem asiática na safra de soja 2024/25 em lavouras comerciais, no dia 26 de novembro. As plantas infectadas foram identificadas em Itaberá e Itapetininga, no estado de São Paulo, por técnicos das empresas Sipcan Agro e G12 Agro, respectivamente, conforme informações divulgadas pela Embrapa Soja.
De acordo com Claudia Godoy, fitopatologista da Embrapa, a ocorrência da doença segue o padrão observado nos últimos anos, com registros entre o final de novembro e início de dezembro. Tradicionalmente, os primeiros casos de ferrugem são notificados em São Paulo, no oeste do Paraná e em semeaduras mais tardias. “Semear cedo é a estratégia mais eficaz para o controle da ferrugem”, enfatiza a pesquisadora.
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estima que cerca de 90% da área de soja já tenha sido plantada. “A soja está em diversos estágios de desenvolvimento no campo, desde a germinação até a fase R4, quando 75% das vagens já estão formadas”, explica Godoy. O estágio R4 é crucial para as decisões de manejo, incluindo a aplicação de fungicidas.
A ferrugem asiática é causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi, sendo uma das doenças mais prejudiciais à soja, com potencial de causar perdas de até 80% da produtividade em casos graves. Nos últimos anos, a doença tem demonstrado grande resistência aos fungicidas.
Para a safra atual, a recomendação de Godoy é a rotação entre os fungicidas Tebuconazol (do grupo químico dos triazois) e Protioconazol (do grupo dos Triazolintionas), sempre combinados com fungicidas multissítios. Embora essa estratégia consiga atingir uma eficiência de 70%, a pesquisadora ressalta que ainda não é a solução ideal para o controle da ferrugem.
O controle eficaz da doença exige monitoramento constante das lavouras, uma vez que condições climáticas favoráveis ao desenvolvimento da soja também beneficiam o surgimento e a propagação da ferrugem.
Fonte: Portal do Agronegócio
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