Publicado em: 10/12/2013 às 19:10hs
A praga já atingiu todas as regiões produtivas do país e levou o Piauí, Goiás, Mato Grosso, Bahia e Minas Gerais a decretarem estado de emergência fitossanitária. A Confederação Nacional da Agricultura (CNA) estima que o prejuízo aos agricultores pode chegar a R$ 18 bilhões. Somente acultura da soja, estimada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) no mês passado em 90,2 milhões de toneladas, poderia ter sua produtividade reduzida em 10%.
Para evitar a propagação da lagarta, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) iniciou ontem uma caravana para estimular o controle da praga no país.
"Fomos surpreendidos pela chegada dessa praga ao Brasil no final do ano passado. A Helicoverpa Armigera tem características de resistência aos inseticidas disponíveis no mercado brasileiro e atacou culturas como as de algodão, soja, milho, feijão, laranja, tomate, sogo, girassol e trigo. Ela é polifaga, ou seja, alimenta-se de diversas culturas e é internacionalmente conhecida como uma praga capaz de causar prejuízos significativos à agricultura", alertou o diretor-executivo de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa, Ladislau Martin Neto.
Segundo ele, a praga já se alastrou por todo o país e precisa ser monitorada. "A Helicoverpa, pelos potenciais danos econômicos que pode causar, nos fez iniciar hoje, pelo Rio Grande do Sul e por Goiás, uma caravana sobre o controle de pragas na agricultura brasileira. A nossa expectativa é que, até março, os pesquisadores da Embrapa tenham formado 4 mil multiplicadores em todo o país", afirmou Martin Neto.
O diretor da Embrapa adverte que uma praga como esta é capaz de causar prejuízos bilionários à agricultura. Ele recorda que há dez anos, na safra 2003 / 2004, outra praga considerada "exótica", a ferrugem da soja, levou à perda de 4,6 milhões de toneladas na produção, com um custo de mais de US$ 2 bilhões para os produtores.
"Até agora o prejuízo aos agricultores já chega a RS 10 bilhões, entre perda de produtividade e o gasto com controle da praga. Na safra atual, que será colhida no ano que vem, esse prejuízo deve chegar a R$ 18 bilhões, somente levando-se em conta as regiões com maior incidência da praga", estimou o técnico da Comissão Nacional de Cereais, Fibras e oleaginosas da CNA Leonardo Machado. "A Helicoverpa Armigera está avançando no país. Se houver ventos fortes, pode ocorrer uma dispersão da mesma geração por até 1 mil km de extensão. Ela é uma ameaça muito grande. Na soja, a redução de produtividade pode significar a seis sacas por hectare, o que eqüivale a uma redução de 10% da produtividade das safras", alertou.
Fonte: Brasil Econômico
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