Publicado em: 09/09/2025 às 12:30hs
A vassourinha-de-botão (Borreria spinosa) tem se tornado um desafio crescente para agricultores em Mato Grosso e na região do Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia). A planta daninha, conhecida por sua alta capacidade de sobrevivência e disseminação, já preocupa especialistas da Embrapa Agrossilvipastoril, da Unemat, da UFMT e do IFMT, que divulgaram novas orientações para conter sua expansão em áreas de soja e milho.
Encontrada com frequência em beiras de estradas e margens de lavouras, a espécie possui raiz em forma de tubérculo lenhoso, que armazena água e nutrientes, permitindo a rebrota logo após as primeiras chuvas. Quando adulta, o controle é ainda mais difícil, favorecendo a produção de sementes que podem ser levadas para dentro dos talhões pelo trânsito de máquinas agrícolas.
Segundo a pesquisadora da Embrapa, Fernanda Ikeda, o segredo é agir cedo:
“O controle deve começar logo que as plantas são observadas nas bordas das lavouras. Além da dessecação em pré-semeadura, é importante adotar manejo em pós-emergência, especialmente quando há infestações localizadas.”
O estudo recomenda a integração de diferentes práticas:
Uma publicação da Embrapa está disponível para download gratuito, com orientações detalhadas sobre combinações de herbicidas e cenários práticos para produtores e consultores.
A dificuldade no controle também está ligada à confusão entre espécies semelhantes. Muitas vezes, a Borreria spinosa é confundida com a Borreria verticillata, além de outras plantas da família Rubiaceae, como Mitracarpus hirtus e Borreria latifolia.
Essa imprecisão pode ter levado a registros de herbicidas baseados em testes com espécies diferentes. Atualmente, o Mapa possui herbicidas registrados apenas para B. verticillata, não para B. spinosa.
Para evitar erros, a pesquisa contou com coleta de plantas, herborização e avaliação por taxonomistas. A especialista Laila Mabel Miguel, da Universidad Nacional del Nordeste (Argentina), confirmou a identificação correta da espécie.
O estudo faz parte do projeto “Manejo de vassourinha-de-botão em sistemas agrícolas solteiro e integrado”, financiado pela Fapemat no edital “Mulheres e Meninas na Computação, Engenharias, Ciências Exatas e da Terra 2022”.
A iniciativa busca ampliar a participação feminina na ciência em áreas historicamente dominadas por homens. Além de liderado por pesquisadoras, o projeto prevê bolsas e estágios para estudantes, incentivando a formação de novas cientistas.
Fonte: Portal do Agronegócio
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