Pragas e Doenças

O que você precisa saber sobre Lobesia botrana

Recentemente a praga se tornou uma ameaça a uma das regiões produtoras de uvas


Publicado em: 09/04/2021 às 09:00hs

O que você precisa saber sobre Lobesia botrana

Recentemente a Lobesia botrana se tornou uma ameaça a uma das regiões produtoras de uvas para vinho mais tradicionais do mundo, a província de Mendoza, na Argentina. Dos pés da Cordilheira dos Andes vem bebidas finas e de alto valor, sendo a maior área produtora de vinho da América Latina.

Conhecida como traça-da-uva ou traça-europeia dos cachos da videira, a mariposa causa danos nos frutos. As larvas e se alimentam dos cachos e dos frutos verdes da uva, contaminando-os com suas fezes e expondo-os a contaminação com fungos (Botrytis, Aspergillus, Penicillium). A praga é nativa da Itália e já é encontrada na América do Sul, no Chile e na Argentina.

No Brasil é considerada uma praga quarentenária ausente. Veja abaixo uma sequência de perguntas e respostas que ajudam a conhecer a praga e como está sendo feito o controle no país vizinho:

1. O que é e quais são os danos que produz?

A Lobesia botrana é uma praga que ataca principalmente as videiras, por isso é comumente conhecida como "a traça da videira". Produz danos diretos causando perdas nos volumes de produção, menor rendimento por planta, afetando também a qualidade da fruta tanto para consumo in natura como para vinificação. Da mesma forma, favorece o ataque de vários fungos patogênicos que causam o apodrecimento dos cachos.

2. Isso afeta apenas a videira?

É uma praga de importância que ataca o cultivo da uva, afetando tanto sua produção como sua qualidade para consumo in natura e vinificação. Também pode atacar culturas como olivas, mirtilo e ameixas.   

3. Qual é a sua situação na Argentina?

A praga é amplamente distribuída nas províncias de Mendoza e San Juan. Na província de Mendoza, está estabelecido nos Oásis Norte, Leste e Central, enquanto no Oásis Sul os níveis populacionais da peste são muito baixos. Na província de San Juan, na zona sul está estabelecido e no resto das áreas de quarentena da província tem níveis populacionais muito baixos. Na cidade de Cafayate, na província de Salta, cerca de 2.000 hectares estão em quarentena, com base nas detecções de novembro de 2017. No município de Concordia, província de Entre Ríos, durante os meses de outubro a novembro de 2017, foram registradas capturas isoladas da praga. Desde a safra 2018-2019, não se registaram novas capturas nas localidades de Cafayate e Concórdia, devido às medidas de controle implementadas.

4. Como a Argentina protege a produção de frutas dessa praga?

Por meio da implementação e regulamentação de medidas de prevenção e controle por meio de: Vigilância fitossanitária com instalação de rede oficial de armadilhas cujo objetivo é realizar a detecção rápida da praga, delimitar sua área de dispersão, determinar os tempos adequados para o controle fitossanitário e contribuir para o conhecimento da biologia e dinâmica populacional da praga. O controle de quarentena que determina as áreas regulamentadas para a presença da praga, em que os artigos regulamentados que entram, se movem e / ou saem estão sujeitos a regulamentações ou procedimentos fitossanitários a fim de evitar a introdução e / ou dispersão por Lobesia botrana. Exemplos desses itens são frutas frescas, material de propagação vegetativa e subprodutos da videira, máquinas agrícolas, elementos e transporte usados na colheita e transporte na produção de vinho, veículos particulares, transporte de carga e passageiros. Controle fitossanitário que inclui atividades de controle químico-biológico e cultural da praga, que são implementadas nas áreas onde ela está presente. Essas medidas são implementadas com o objetivo de alcançar a erradicação da praga em áreas com baixa pressão da mesma e a supressão em áreas com alta pressão, através da utilização de técnicas ambientalmente sustentáveis.

5. Quais são as recomendações para os produtores argentinos?

Faça um bom controle da primeira e segunda geração da praga. Fique atento aos alertas emitidos pelo Senasa para aplicação de produtos fitossanitários autorizados para o controle da praga. Use produtos fitossanitários com um modo de ação diferente em cada geração para evitar a resistência às pragas. Implementar medidas de controle de acordo com os alertas emitidos pelo Senasa. Dependendo do produto fitossanitário selecionado, repetir o tratamento para manter a cultura protegida durante cada geração Use produtos fitossanitários com um modo de ação diferente em cada geração para evitar a resistência às pragas. Faça uma colheita completa para evitar que a praga aproveite os restos da lavoura para se proteger, completar seu ciclo de vida e se instalar no local. Garantir a limpeza das colheitadeiras e elementos de trabalho e colheita, antes de entrar no estabelecimento. No caso das uvas para vinho e seu escoamento para fora do estabelecimento, a carga deve ser coberta com uma tenda ou malha para evitar a propagação da praga.

6. O público em geral também pode ajudar a prevenir esta praga?

Quem tem parreiras em casa pode ajudar evitando deixar o fruto na planta depois de maduro, pois pode servir de refúgio para a praga. Especificamente, podem utilizar os frutos para doces ou sucos, evite secar a passa na planta e lave as tesouras e vasilhas utilizadas na poda.

Fonte: Agrolink

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