Pragas e Doenças

Helicoverpa é encontrada em áreas recém-plantadas de soja em MT

A safra 2013/14 de soja mal começou a emergir nas lavouras mato-grossense e já se tornou alvo de muita preocupação, especialmente na região noroeste aonde lagartas do tipo Helicoverpa foram encontradas sobre a sojinha recém-plantada


Publicado em: 04/10/2013 às 10:50hs

Helicoverpa é encontrada em áreas recém-plantadas de soja em MT

A praga que causou prejuízos financeiros e muitos danos no ciclo passado no país, é neste contexto, a vilã número 1 da produção de grãos e hoje toma espaço da ferrugem asiática quando o assunto é a questão fitossanitárias das lavouras. Produtores, técnicos, agrônomos e autoridades do segmento estão atentos e acompanhamento o desenvolvimento das lagartas e da nova safra.

O coordenador da Comissão de Defesa Sanitária Vegetal do Ministério da Agricultura, Wanderlei Dias Guerra, está desde o mês passado alertando sobre a situação no Estado e acompanhando in loco os relatos de chegam do campo, inclusive com fotos. Na última quarta-feira, ele encontrou uma situação, considerada “crítica” em uma grande fazenda em Sapezal (480 quilômetros ao noroeste de Cuiabá). No Município há registros de que o plantio teve início ainda no dia 15 de setembro, data em que chegou ao fim o Vazio Sanitário da soja. “Encontramos até seis lagartas de Helicoverpa por metro linear de soja nos primeiros ìnstares. A lavoura está no estádio V1 para V2 (desenvolvimento vegetativo) e tinha milho na entressafra. O controle precisa ser feito para evitar que a situação se complique”, relatou Guerra.

Como chama à atenção, além das lagartas, existem muita postura e mariposas, o que desenha um cenário grave no curto prazo. Mesmo deixando claro que não há qualquer espécie de terrorismo em relação às pragas, ele explica que hoje elas não estão causando danos econômicos, no entanto, “se escaparem ao controle, vão causar sérios prejuízos quando o estádio da planta for o da formação dos grãos. O Monitoramento constante propiciou esta descoberta e, certamente, os controles serão eficientes, pois o produtor está preparado”.

Como frisa Guerra, a presença das lagartas de forma assim tão precoce é por si só motivo suficiente de preocupação para quem está no campo, mas o que amplia essa preocupação, “o que destaco como mais sério dessa questão, é o tamanho da lagarta, vemos que ela tem mais de 15 dias (final de setembro) enquanto que a sojinha atacada não tinha nem cinco dias”, exclama. Como explica, possivelmente, a lagarta estava presente em alguma planta guaxa, em alguma erva daninha ou na própria soja. “A lagarta já está saindo adulta, o que dificulta ainda mais o controle. Nessa condição a praga se alimenta dos cotilédones da planta”, completa. A Helicoverpa, além de ser ainda uma praga nova – chegou na safra passada e por isso há muito a se descobrir sobre seus hábitos e controle – ataca justamente os frutos das plantas, ou seja, vai sobre o rendimento da lavoura e do produtor e é ainda polífaga, ou seja, tem um ‘cardápio’ bastante variado. “Monitoramento. Essa é a palavra de ordem, tanto para quem acabou de plantar para como para quem ainda aguarda por chuvas para dar início à nova safra”.

Até agora onde se confirmou a presença da Helicoverpa – que ainda resta saber que é armigera ou SSP – havia milho na safrinha e vieram as guaxas e muitas delas ainda estão na lavoura, o que segundo Guerra, também sugere a presença da Spodoptera. “O monitoramento permitirá, ao se detectar as lagartas nos primeiros instares (até 1cm), que o produtor use produtos à base de Bt e vírus, pois é neste momento que eles são eficientes e ajudam a manter a população de inimigos naturais. E é graças ao monitoramento no campo que pudemos detectar o problema nas lavouras e, assim, fazer os alertas em tempo hábil para todo o país”.

Início – A primeira confirmação de Helicoverpa na safra 2013/14 veio de soja recém-germinada em Campo Novo do Parecis (396 quilômetros ao noroeste de Cuiabá), muito antes da virada do mês. “Agora a situação é considerada aparentemente tranquila porque apesar dos controles, parte das lagartas empuparam. A área tem muita palhada, proteção para as lagartas nos horários mais quentes, o que foi resolvido em parte com a pulverização noturna”.

O uso de produtos seletivos e a rotação de princípios ativos são fundamentais. O ideal seriam controles regionalizados com uso de produtos de mesmo grupo químico sendo alternados conjuntamente. É isto que vamos tentar implementar em uma área piloto em Sapezal”. Anteontem, foi constituído no Estado o Grupo Papagaio de Controle Integrado de Pragas que visa justamente unificar ações de combate e controle da Helicoverpa.

A safrinha do milho terminou de ser colhida em agosto, em Mato Grosso e pode ter contribuído para manutenção da lagarta de um ciclo para o outro. “Grande problema, o milho RR que sobrevive, não são dessecado facilmente e que acaba por hospedar a Helicoverpa.

Fonte: Diário de Cuiabá

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