Publicado em: 24/09/2025 às 13:00hs
O greening (HLB – Huanglongbing), considerada a mais destrutiva doença da citricultura mundial, já atinge 47,6% das laranjeiras do cinturão citrícola de São Paulo e Minas Gerais, segundo levantamento divulgado pelo Fundecitrus. O cenário acende alerta para produtores e indústria, reforçando a urgência em adotar soluções de manejo integrado e tecnologias sustentáveis.
O Brasil, maior produtor e exportador de suco de laranja do mundo, vê no avanço da doença uma ameaça não apenas à produção agrícola, mas também à competitividade internacional e à segurança da cadeia de alimentos e bebidas.
A experiência dos Estados Unidos é um exemplo: na Flórida, o avanço do greening levou ao colapso da citricultura, com produção estimada pelo USDA em menos de 12 milhões de caixas na safra 2024/25. No Brasil, por outro lado, a previsão é de mais de 300 milhões de caixas, mas especialistas destacam que a situação exige medidas urgentes de monitoramento, controle do psilídeo-dos-citros e inovações que conciliem produtividade e sustentabilidade.
A gravidade da doença tem incentivado a expansão da produção para outras regiões, como Goiás, Mato Grosso do Sul, Paraná e Distrito Federal, dando origem ao chamado Cinturão Citrícola Expandido.
Apesar de reduzir a pressão inicial da praga, a mudança geográfica não elimina a necessidade de controle constante. “Mudar de região não substitui o manejo integrado do HLB. É preciso vigilância contínua para garantir sustentabilidade do setor”, ressalta Francisco de Carvalho, gerente comercial da Hydroplan-EB.
Entre as alternativas de manejo, os óleos essenciais Narã, Liin e Mullach, desenvolvidos pela Hydroplan-EB, têm se mostrado eficazes no controle do psilídeo-dos-citros. Ensaios de campo realizados pela Farm Atac comprovaram que, quando associados a defensivos tradicionais, a eficiência contra ninfas pode saltar de 24,4% para até 90,8%.
Além de controlar o vetor da doença, esses produtos fortalecem a fisiologia das plantas, aumentam a tolerância a condições climáticas adversas e reduzem perdas provocadas por calor intenso e chuvas. Por serem de origem vegetal e biodegradáveis, também atendem às exigências de mercados internacionais rigorosos e de consumidores mais conscientes.
A citricultura do Brasil, que responde por mais de 70% das exportações globais de suco de laranja, enfrenta um momento decisivo. A combinação de inovação tecnológica, práticas agrícolas regenerativas e cooperação entre produtores, governo e indústria será essencial para evitar que o país siga o mesmo caminho da Flórida.
Fonte: Portal do Agronegócio
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