Publicado em: 06/01/2014 às 18:15hs
Mato Grosso ainda está longe de liderar o ranking nacional entre os estados com o maior número de focos da ferrugem asiática da soja confirmados nesta safra. No entanto, os registros feitos desde novembro – momento em que a doença começa a ser detectada - até esta sexta-feira (3) , superam em 44% o que havia em igual período da safra passada. Conforme o Mapa de Dispersão da doença, do Consórcio Antiferrugem, o Estado soma atualmente 13 focos contra nove. No ano passado, Mato Grosso fechou o ciclo 2012/13 com 112 ocorrências no Mapa da Dispersão, atrás apenas do Rio Grande do Sul com 115 e empatando com os mesmo 112 do Paraná.
Os treze casos da ferrugem no Estado tendem a se multiplicar e inflar as estatísticas locais nas próximas semanas, na medida em que o clima quente e úmido predominar, o que é muito comum para o mês de janeiro, no Estado. As altas temperaturas aliadas às chuvas tornam o ambiente bastante propício ao desenvolvimento e proliferação do fungo Phakopsora pachyrhizi, causador da doença. Os esporos são levados pelo vento e podem percorrer grandes distâncias e por isso a falta de trato fitossanitário, especialmente contra a ferrugem em lavouras precoces, preocupa e muito a Comissão de Defesa Sanitária Vegetal do Ministério da Agricultura (CDSV/Mapa), em Mato Grosso.
Mesmo sem alarmismo, técnicos e autoridades no assunto lembram que a doença está presente nesta safra e que a tendência é de os fungos da ferrugem se alastrem e mais do que nunca, o produtor deve estar atento ao desenvolvimento das plantas, em dia com as aplicações preventivas de fungicidas e não abrir mão do monitoramento. Um fator agravante neste momento é o início de colheita. Muitos produtores que fazem a colheita de variedades precoces deixam de aplicar fungicidas de maneira preventiva nas lavouras porque as plantas, em razão da precocidade da maturação – cerca de 95 a 105 dias – acabam não sendo as mais acometidas pela doença. Porém, como o fungo está em atividade, ele se expande para área com plantas mais tardias e o pior, em plena fase reprodutiva e de granação, impactando sobre a produtividade.
O MAPA - De um total de 81 ocorrências oficializadas no Mapa de Dispersão da doença, do Consórcio Antiferrugem, Goiás lidera com 41 registros, seguido de São Paulo com 16, Mato Grosso com 13 e Paraná com sete. Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul e Santa Catarina, possuem um foco oficializado no Mapa cada um.
No Estado o último registro foi feio no dia 30 de dezembro do ano passado, pela Fundação de Apoio à Pesquisa Agropecuária de Mato Grosso (Fundação MT). O foco foi detectado em Campo Verde (139 quilômetros ao sul de Cuiabá) em lavoura comercial em estádio de desenvolvimento R5, fase com vagens em granação, ou seja, o risco de comprometer a produtividade é muito grande em lavouras neste período. Dos 13 casos registrados, 12 são em lavouras comerciais e desses, oito são em R5, três em R6 e um em R4. A primeira confirmação da safra 2013/14, em Mato Grosso, foi feita no dia 21 de novembro de 2013, em soja guaxa no município de Alto Araguaia (420 quilômetros ao sul de Cuiabá). O primeiro foco comercial foi oficializado no dia 30 do mesmo mês, com a doença em Campos de Júlio (387 quilômetros a noroeste de Cuiabá).
Entre os municípios mato-grossenses, Campos de Júlio lidera o ranking com cinco casos confirmados no Mapa. Todos em lavoura comercial, sendo quatro em R5 e um em R6. Em seguida está Sapezal, também ao noroeste, com três focos em lavouras comerciais, sendo um em R5 e dois em R6. Campo Verde tem dois registros, sendo apenas um em lavoura comercial. Campo Novo do Parecis, Alto Garças e Alto Araguaia, apresentam um registro cada, todos em R5 e em lavouras comerciais, com exceção de Alto Araguaia que teve o primeiro registro da safra, mas em soja guaxa.
Fonte: Diário de Cuiabá
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