Pragas e Doenças

Doença representa risco significativo aos canaviais

Causada pelo fungo Colletotrichum falcatum, a doença tem avançado em regiões de clima seco e desafia o controle por melhoramento genético, reduzindo TCH, ATR e a vida útil dos canaviais


Publicado em: 04/11/2025 às 15:30hs

Doença representa risco significativo aos canaviais

A Síndrome da Murcha da Cana-de-açúcar (SMC) é uma das principais ameaças à produção de cana, desafiando métodos tradicionais de controle baseados em melhoramento genético. Causada principalmente pelo fungo Colletotrichum falcatum, a síndrome tem maior incidência em climas secos e pode afetar diversas variedades, comprometendo Toneladas por Hectare (TCH) e Açúcar Teórico Recuperável (ATR), além de reduzir a longevidade do canavial.

“A doença provoca impacto direto na produtividade e aumenta a vulnerabilidade da lavoura a outras enfermidades”, alerta Leonardo Vitti Brusantin, gerente de marketing regional da Biotrop.

Sintomas da Síndrome da Murcha e identificação precoce

O primeiro sinal da SMC é o surgimento de lesões avermelhadas na nervura central das folhas. Diferentemente de outras doenças ou deficiências nutricionais, na SMC a coloração é completa quando observada em corte longitudinal da folha. Com chuva, os esporos do fungo atingem a bainha e iniciam a infecção, entupindo vasos condutores e reduzindo a absorção de água.

O estágio mais crítico ocorre quando a planta perde vigor e dobra na região do ponto de infecção, causando o murchamento característico que dá nome à síndrome.

“A identificação precoce é fundamental. Quanto mais cedo o manejo, maior a chance de controle e menor o dano à lavoura”, destaca Brusantin.

Se não controlada, a SMC favorece o surgimento de doenças oportunistas, como a podridão da casca causada pelo Pleocyta Sacchari, reduz a pureza do caldo e pode comprometer a qualidade do açúcar, exigindo maior uso de produtos químicos no processamento.

Estratégias preventivas e manejo eficiente

Além da identificação precoce, uma alternativa complementar é antecipar a colheita para escapar do período de maior incidência da doença. No entanto, nem todas as variedades permitem essa prática, tornando essencial adotar um manejo que reduza o inóculo e induza resistência sistêmica na planta.

Biológicos como solução sustentável

Diante da complexidade da SMC, os biológicos se destacam como ferramenta eficaz e sustentável para o controle da doença. Produtos como o biofungicida Bombardeiro, registrado para combate ao Colletotrichum falcatum, atuam com múltiplos modos de ação, controlando a síndrome e competindo com outros patógenos por espaço e nutrientes.

A estratégia recomendada inclui:

  • Aplicação inicial sobre a palhada em áreas com alta incidência;
  • Segunda aplicação nas folhas após 60 dias;
  • Monitoramento contínuo por mais 60 dias para avaliar necessidade de nova aplicação.

“Com o uso correto do biológico e monitoramento contínuo, o agricultor protege o canavial contra a SMC e outras ameaças, fortalecendo a lavoura e garantindo rentabilidade”, afirma Brusantin.

Sustentabilidade e produtividade

O manejo preventivo com biológicos oferece uma alternativa mais sustentável e eficiente, reduzindo a dependência de químicos e preservando a produtividade do canavial, além de contribuir para a saúde e longevidade da plantação, essencial para o sucesso econômico do setor sucroalcooleiro.

Fonte: Portal do Agronegócio

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