Publicado em: 03/11/2025 às 08:00hs
Pesquisadores e produtores brasileiros têm observado resultados promissores com o uso de atrativos alimentares para mariposas, baseados na técnica “atrai-mata”, no combate a lagartas em soja, milho e algodão. A estratégia atua antes mesmo da oviposição, prevenindo que mariposas depositem ovos e reduzindo a pressão populacional de lagartas nas lavouras.
O entomologista Jacob Crosariol Netto, do Instituto Mato-Grossense do Algodão (IMA), explica que a ferramenta deve ser aplicada em momentos estratégicos, como durante revoadas de mariposas, quando a cultura está mais vulnerável.
“Com o milho em porte alto, por exemplo, a aplicação de inseticidas se torna mais difícil. O atrativo alimentar antecipa a presença das mariposas e permite o controle no momento em que depositariam ovos, reduzindo significativamente a população de lagartas”, afirma Crosariol Netto.
O pesquisador destaca ainda que, nesta época do ano, há migração de mariposas do milho que está secando para o algodão ainda verde, tornando a técnica especialmente relevante.
Entre os produtos disponíveis, Chamariz®, da AgBiTech, tem se destacado no mercado nacional. Trata-se de um atrativo alimentar “atrai-mata” que combina extratos de plantas com 2% de inseticida. Na safra 2024-25, a adesão ultrapassou 350 mil hectares, consolidando a ferramenta como uma das mais demandadas pelos produtores.
“O Chamariz® controla mariposas que originam os principais lepidópteros das lavouras brasileiras, incluindo Helicoverpa spp., Spodoptera spp., Chrysodeixis includens e Rachiplusia nu”, explica Crosariol Netto.
Diferentemente de feromônios, que atuam sobre uma espécie específica, os atrativos alimentares oferecem controle multiespecífico, abrangendo diversas espécies de lepidópteros.
“É uma excelente alternativa, especialmente em um momento em que algumas biotecnologias já não apresentam mais eficácia e moléculas como o clofenapir têm desempenho reduzido devido à alta exposição”, ressalta o especialista.
Segundo Crosariol Netto, o uso estratégico do “atrai-mata” permite reduzir de duas a três aplicações de inseticidas, contribuindo para diminuir a carga química sobre o ambiente e os custos de produção.
A equipe técnica da AgBiTech realizou comparativos em nível de campo entre o Chamariz® e outras soluções, como a mistura de açúcar e metomyl. Os resultados mostram:
“O agricultor percebe safra após safra que controlar as pragas na fase adulta é uma alternativa estratégica e inteligente”, ressalta Pedro Marcellino, diretor de marketing da AgBiTech Brasil.
O uso de atrativos alimentares “atrai-mata” se consolida, portanto, como uma ferramenta essencial de manejo integrado de pragas, aumentando a produtividade, reduzindo o impacto ambiental e complementando estratégias de controle químico e biotecnológico.
Fonte: Portal do Agronegócio
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