Publicado em: 21/02/2014 às 12:00hs
O Secretário de Defesa Agropecuária (SDA), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), Rodrigo José Pereira, e o presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Maurício Lopes, assinaram na manhã de hoje, 20 de fevereiro, em Brasília (DF), protocolo de intenções para cooperação científica, e formalizaram a parceria das instituições na condução do Agropreventivo - Programa Nacional de Melhoramento Genético Preventivo.
O Programa objetiva o desenvolvimento de variedades de plantas com resistência genética a pragas quarentenárias de alto risco para a atividade agrícola, antes que elas efetivamente entrem no território brasileiro, com consequências negativas para a competitividade do agronegócio nacional, a exemplo de barreiras fitossanitárias.
“Quando me perguntam quais os maiores desafios para a agropecuária brasileira, não tenho dúvida que segurança biológica e defesa agropecuária são os de grandeza maior”, disse o presidente da Embrapa. Maurício Lopes e Rodrigo Pereira enfatizaram o caráter estratégico da parceria e do Programa. “O Estado precisa, cada vez mais, dar atenção a essas estratégias duradouras e inteligentes. Estamos olhando o futuro e tentando antecipar respostas para problemas que certamente baterão a nossa porta”, afirmou Lopes. “Estamos associando o conhecimento tecnológico e científico dos pesquisadores da Embrapa ao conhecimento técnico e à experiência em ações de defesa agropecuária dos fiscais da Secretaria”, concluiu Pereira.
O presidente da Embrapa lembrou que o risco de entrada de patógenos exóticos, com potencial de causar dano à produção agrícola, é atualmente maior, dada à mobilidade de pessoas, veículos e produtos agropecuários – e, com eles, de possíveis pragas, doenças e contaminantes. Além disso, a dimensão continental do Brasil e as fronteiras com países nos quais alguns patógenos foram detectados são sinais de alerta.
A bactéria Xanthomonas oryzae pv. oryzae, por exemplo, já foi detectada na Venezuela e na Colômbia, o que torna alta a possibilidade da sua entrada em território brasileiro. Conhecida como crestamento ou murcha bacteriana do arroz, o patógeno é responsável por danos expressivos à rizicultura na Ásia – pode causar perdas de até 75% da produção, além de afetar a qualidade do grão. Estima-se – outro exemplo - que o prejuízo econômico causado pelo fungo da ferrugem da soja, desde sua entrada em território brasileiro em 2001, já ultrapasse 35 bilhões de dólares. No caso da lagarta Helicoverpa armigera, cuja presença em cultivos brasileiros foi registrada em 2013, o cálculo dos prejuízos causados, em poucos meses, apontava para números superiores a 4,5 bilhões de dólares.
Fonte: MAPA - Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
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