Pragas e Doenças

Bicudo pressiona lavouras de MT

Um besouro de aparência inofensiva iniciou sua jornada de invasão aos algodoais do Brasil em meados da década de 80, dizimando lavouras de algodoeiro nas regiões Sudeste, Sul e Nordeste, numa época em que o Mato Grosso nem sonhava ser o maior produtor de algodão do País


Publicado em: 07/07/2014 às 11:20hs

Bicudo pressiona lavouras de MT

Agora, este inseto ameaça as lavouras de algodoeiro de Mato Grosso e de outros estados brasileiros no Cerrado. Trata-se do bicudo-do-algodoeiro (Anthonomus grandis), uma praga presente em todas as regiões produtoras de algodão do Estado.

A boa notícia é que existem formas de combatê-lo, mas para isso não basta o cotonicultor manejar bem o bicudo em sua fazenda. É preciso que todos os produtores se engajem no combate à praga seguindo as recomendações técnicas de manejo. No último Dia de Campo do Algodão, realizado pelo Instituto Mato-grossense do Algodão (IMAmt) e pela Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão (Ampa), em Campo Verde, no dia 21, o bicudo do algodoeiro foi abordado pelo pesquisador entomologista Miguel Soria e o assessor técnico regional Renato Tachinardi em duas estações.

Na oportunidade, foi distribuída uma Nota Técnica com uma série de ações que devem ser realizadas no final da safra 2013/14 e no período de entressafra. A Nota Técnica também traz dois mapas de Mato Grosso que comprovam o aumento da incidência da praga nos sete Núcleos Regionais de produção de algodão, por meio do monitoramento de armadilhas iscadas com feromônio grandlure.

Segundo os especialistas, todas as medidas de combate são importantes, entre elas, a destruição imediata da soqueira, de forma mecânica ou química, no máximo após sete dias do início da colheita. "Quando a gente fala em destruição de soqueira, não está se referindo apenas à eliminação do bicudo, mas também de lagartas-praga e de vetores de doenças", explica Tachinardi. "Se fizermos uma destruição de soqueira eficiente, teremos menos pressão de bicudos e de outras pragas na próxima safra", alerta.

Tachinardi também chama à atenção para importância de serem destruídas as plantas tigueras – que germinam de forma voluntária - de algodoeiro nas áreas cultivadas ou às margens de rodovias e carreadores.

Outro cuidado fundamental, advertem os pesquisadores, é cumprir e respeitar o vazio sanitário, de 15 de setembro a 30 de novembro, no qual não é permitido o cultivo de algodoeiro em Mato Grosso. "A redução da população da praga em uma região somente será eficiente se o combate for realizado em nível regional (por todos os produtores), já que o inseto tem a possibilidade de se dispersar de lavouras aonde é mal manejado, para algodoais não infestados ou com baixa infestação, e para matas e capões (refúgios da praga) ao final da safra, aumentando a população e a problemática da praga safra após safra", alerta Soria.

Fonte: Diário de cuiabá

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