Pragas e Doenças

Áreas de refúgio no controle a pragas

O manejo integrado de pragas (MIP) concilia métodos de controle com princípios ecológicos, econômicos e sociais, objetivando interferir o mínimo possível no agroecossistema


Publicado em: 24/01/2014 às 16:45hs

Áreas de refúgio no controle a pragas

Suas etapas fundamentais envolvem a avaliação do ecossistema, a tomada de decisão e a escolha da estratégia de controle. A implantação de áreas de refúgio é uma técnica de manejo da resistência de inseto (MRI) adotada no MIP. Recomendado para culturas como soja, milho e algodão, esse criatório modera pragas de difícil controle dificultando a quebra da resistência da tecnologia Bt (Bacillus thuringiensis), preservando o equilíbrio do sistema.

Nas lavouras Bt cultiva-se uma pequena porcentagem, que varia conforme a cultura, de cultivares convencionais para que os insetos, possivelmente, resistentes a Bt e os suscetíveis procriem gerando uma nova população sem resistência, proporcionando uma sobrevida à toxina. A cultura Bt é obtida por meio da transformação genética de plantas com genes da bactéria Bacillus thuringiensis, responsáveis pela produção de proteínas com ação inseticida, protegendo o material contra o ataque de espécies de insetos como a lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda) e a broca-do-colmo (Diatraea saccharalis).

Na cultura de milho safrinha, indica-se uma área de refúgio de 5% a 10% do total da lavoura, dependendo do material transgênico utilizado, seguindo a recomendação das empresas detentoras. O criatório deve ser semeado com cultivares de iguais porte e ciclo aos do milho Bt e a no máximo 800 metros de distância. O sincronismo entre o desenvolvimento das plantas geneticamente modificadas com as não Bt aumenta as chances de acasalamento entre os insetos adultos.

“O plantio simultâneo de Bt e não Bt ainda é visto pelo produtor como um trabalho a mais, porém o desenvolvimento conjunto é necessário e comprovadamente eficiente”, atesta a analista de transferência de tecnologia da Embrapa, Carmen Pezarico. A técnica da Empresa explica ainda que para alguns tipos de materiais é aconselhado o refúgio no saco, “um método que consiste na mistura de sementes de plantas modificadas e não modificadas. A desvantagem está em predispor os insetos vulneráveis mais facilmente às plantas Bt e diminuir o número desses para garantir o cruzamento com insetos resistentes. Já a vantagem é a facilidade e proximidade dos insetos suscetíveis migrarem para acasalar com os resistentes”.

BRS 1010, BRS 2020 e BRS 2223 são as cultivares de milho recomendadas para as áreas de refúgio, direciona Carmen. A BRS 1010 é um híbrido simples que apresenta adaptação ampla e alto potencial produtivo. O híbrido duplo BRS 2020 adapta-se a diversos ambientes e sistemas de produção, com excelente relação entre produtividade, custo e qualidade e a BRS 2223 é um híbrido duplo superprecoce, com arquitetura moderna de planta e boa produtividade. As variedades estão presentes nos plotes da vitrine tecnológica da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, durante a edição 2014 do Showtec, que acontece até sexta-feira, em Maracaju-MS.

Abertura Showtec - A 18ª edição do Showtec abriu suas portas e de 22 a 24 de janeiro, o município de Maracaju, em Mato Grosso do Sul, abriga um dos primeiros eventos nacional de difusão de tecnologia para o agronegócio. Promovido pela Fundação MS, entidade de pesquisa agropecuária sul-mato-grossense, o evento congrega instituições de pesquisa e empresas mais atuantes na produção de alimentos e energia do Brasil e do mundo, entre elas, a Embrapa, representada por suas Unidades - Agropecuária Oeste (Dourados-MS), Gado de Corte (Campo Grande-MS), Pantanal (Corumbá-MS), Suínos e Aves (Concórdia-SC), Soja (Londrina-PR), Pecuária Sudeste (São Carlos-SP) e Milho e Sorgo (Sete Lagoas-MG).

Este ano, além do circuito tradicional de inovação voltado a produção de grãos, os visitantes poderão acompanhar as novidades do segmento sucroenergético, agricultura de precisão, genética animal, silvipastoril, consórcio de cultivares e os últimos lançamentos em máquinas e veículos. De acordo com o presidente da Fundação MS, Luis Alberto Morais Novaes, “o Showtec é um relevante instrumento de transferência de tecnologia capaz de levar ao produtor rural a inovação tecnológica, condição decisiva para o desenvolvimento do agronegócio”.

Durante a abertura do Showtec, dia 22, a governadora em exercício de Mato Grosso do Sul, Simone Tebet, também ressaltou que o evento contribui para o desenvolvimento da economia brasileira. Na perspectiva de Tebet, “a tecnologia é um elemento decisivo para o aprimoramento dos sistemas produtivos. O resultado desse processo é o crescimento econômico, geração de emprego e sustentabilidade no campo.”

Fonte: Embrapa

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