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Ritmo de alta se acelerou no ano passado

O preço médio das terras agrícolas brasileiras em 2013 subiu num ritmo mais acelerado do que nos últimos dez anos e ultrapassou de longe a inflação


Publicado em: 10/03/2014 às 18:00hs

Ritmo de alta se acelerou no ano passado

Para uma alta de 14,9% no preço médio da terra registrado em 2013, a valorização real foi de 8,8%. Isto é, descontada a inflação de 5,52% apurada pelo IGP-DI.

Comparado às aplicações financeiras, o ganho com terras também foi polpudo e superou em 2013 o desempenho do ouro (-17,2%), das ações (-15,5%) e das aplicações em Certificado de Depósito Bancário - CDB (8,02%). Só o dólar ficou à frente da terra em 2013 e, mesmo assim, com uma pequena vantagem (0,3 ponto porcentual).

Quando se avalia o desempenho médio das terras em dez anos até 2012 e em 2013, consta-ta-se que houve no ano passado uma aceleração no ritmo de alta dos preços. Entre 2002 e 2012, os preços tinham subido 12,6%, em média, por ano, aponta a pesquisa da Informa Economics /FNP. Mas só no ano passado, a valorização foi de 14,9%.

A consultoria destaca que a aceleração no ritmo de elevação de preços ocorreu em 2013 apesar do arrefecimento na alta das cotações das principais commodities agrícolas.. "Tínhamos dúvidas se o ritmo de valorização da terra iria se manter. Mas, em 2013, a alta foi ainda maior do que a média de anos anteriores", diz o diretor da consultoria, José Vicente Ferraz.

A médio e longo prazo, ele acredita que os preços das terras agrícolas brasileiras vão continuar subindo acima da inflação, porém num ritmo menor do que o dos últimos anos, porque não é possível manter uma valorização tão forte por muito tempo. Além disso, a demanda por comida está acelerada. / m.c.

Áreas com mais de 10 mil hectares são as mais valorizadas

- O avanço da tecnologia está mudando a lógica do mercado de terras. No passado, as áreas grandes, acima de 10 mil hectares, eram desvalorizadas, porque o número de compradores possíveis era relativamente pequeno e era preciso muito dinheiro para cultivá-las, explica o diretor da consultoria Informa Economics/ FNP, José Vicente Ferraz. Hoje com a tendência de se usar toda a tecnologia disponível, quanto maior a área explorada, maior será o ganho de escala na produção. "Atualmente a diferença entre produzir com e sem escala é uma brutalidade", diz. Tanto é que as propostas para grandes glebas de terras são as que têm os maiores ágios nos valores, chegando em alguns casos a dobrar o preço. "É uma reforma agrária ao contrário."

Fonte: O Estado de S.Paulo

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