Publicado em: 19/03/2014 às 09:10hs
Essa nova área tem uma característica muito peculiar. Mesmo fazendo parte da mesma geologia em que se encontra a outra área referência (formação Teresina), onde os solos possuem elevada fertilidade, nesta, os solos são mais pobres. A área está há 50 km da primeira e o que chamou a atenção do grupo, especialmente ao Dr. Leonardo Debler, professor da UNIPAMPA, foi a presença de pastagens com maior riqueza (maior diversidade). “Isso é muito interessante e deve ser investigado com maior rigor”, afirma Dr. Gustavo Curcio, coordenador do Projeto.
Assim como no estudo anterior, efetuado na propriedade referência de número um, foram coletadas amostras de solos com o objetivo de obter informações de ordem química, granulométrica e físico-hídrica. Após várias prospecções, foram efetuados vários perfis de solos, situados desde o topo da encosta até a planície. Para surpresa do grupo, o solo da planície revelou expressiva contribuição de sedimentos (mais de um metro de espessura), soterrando o solo original daquela área. “Essa situação, infelizmente, evidencia o mau uso da terra, o que acarretou em processos de erosão no passado, fato comum no país”, conclui o pesquisador.
Esta condição é muito relevante e deve ser debatida com profundidade por técnicos e agricultores. Somente desta forma se conseguirá alterar formas de uso inadequados, concretizando, o quanto antes, sistemas de produção mais sustentáveis.
A consultora do projeto Biomas, Dra. Michele Ramos, diz que o trabalho nessa área requer uma nova força tarefa. Através das pesquisas efetuadas nesta fase foi possível identificar variações importantes ao longo dos solos que constituem a encosta, sobretudo em suas espessuras, o que proporcionou a maior suscetibilidade à erosão no passado. O material coletado será analisado nos laboratórios da Embrapa e os resultados discutidos com os produtores da região. ”Em 15 dias as análises físico-hídricas estarão prontas, já as análises químicas demorarão em torno de 30 dias. Determinaremos, por exemplo, as densidades dos diferentes tipos de solos e respectivos percentuais de porosidade, além de termos uma boa noção das características químicas destes solos. “Estamos buscando estabelecer sistemas de produção com maior equilíbrio social, econômico e ambiental. Isso é sustentabilidade”, conclui o Coordenador Nacional do Projeto Biomas pela Embrapa, Gustavo Curcio.
Sobre o Projeto Biomas
O projeto Biomas, fruto de uma parceria entre a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), é uma iniciativa inédita no Brasil e tem como objetivo identificar formas sustentáveis para viabilizar a propriedade rural brasileira considerando o componente arbóreo em seus sistemas propostos. Os estudos estão sendo desenvolvidos nos seis biomas brasileiros. O Projeto Biomas tem o apoio do SEBRAE, Monsanto, John Deere e Vale Fertilizantes.
Fonte: Assessoria de Comunicação Digital do Sistema CNA/SENAR
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