Outros

Maior potência mundial na produção de alimentos, segundo especialistas Brasil esbarra em sua logística e armazenagem defasadas

No próximo dia 10.10 São Paulo será o centro do lançamento do Desafio 2050, em evento que acontece no Museu da Imagem e do Som (MIS)


Publicado em: 04/10/2013 às 16:00hs

Maior potência mundial na produção de alimentos, segundo especialistas Brasil esbarra em sua logística e armazenagem defasadas

O mundo deposita grande parte de sua esperança na produção agropecuária brasileira. Porém, a fraca infraestrutura no País é um gargalo a ser vencido para contribuir no combate à fome mundial. No próximo dia 10.10 São Paulo será o centro do lançamento do Desafio 2050, em evento que acontece no Museu da Imagem e do Som (MIS).

As supersafras de grãos e cereais em 2013 trouxeram à tona mais uma vez um grave gargalo para o escoamento da produção agropecuária brasileira: os problemas de infraestrutura, que vão além do comprometimento dos corredores logísticos e armazenamento. Esse cenário aliado ao crescimento populacional e os desafios de produção impulsionam um amplo debate na sociedade, não mais envolvendo apenas o setor agropecuário.

De acordo com a FAO, em seu relatório sobre o desafio do uso de terras e água, emitido em 2011, a produção mundial de alimentos deverá crescer 70% em comparação aos números de 2009 para alimentar um planeta com mais de 9 bilhões de pessoas em 2050. Entidades como a Andef, Abag, Embrapa, Instituto Todos pela Educação, TNC (The Nature Conservancy) e Google estão cientes de sua influência social e se mostram engajadas na união de elos para encontrar soluções ao Desafio que se desenha até 2050.

A pergunta ‘Juntos, conseguiremos ampliar a produção e o bom uso de alimentos e reduzir a fome mundial?’ será o tema central do V Fórum Inovação, que será realizado no próximo dia 10 de outubro, no Museu da Imagem e do Som (MIS), em São Paulo (SP). A partir da data será dado o primeiro passo global para um novo momento no combate à fome.

Com um crescimento de 65% do Valor Bruto da Produção Agropecuária nos últimos quatro anos, o agronegócio brasileiro reforça o papel do País como grande produtor global de alimentos, conforme destacou a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) no seu relatório sobre o desafio do uso de terras e água, de 2011. Porém, de acordo com especialistas do agribusiness, o avanço agropecuário nacional esbarra na falta de estrutura para armazenamento e distribuição de sua produção.

Para Marcos Sawaya Jank, do Agribusiness & Bioenergy Expert, o país apresentou grave déficit de mais de 40 milhões de toneladas em sua capacidade estática de armazenagem no último ano. Atualmente a capacidade total é de 117 milhões de ton, enquanto a última safra no Brasil foi de aproximadamente 160 milhões de ton. Nesse cenário serão necessários R$ 20 bilhões em investimentos para se atingir o equilíbrio e posterior manutenção de todo o sistema, segundo suas estimativas.

Segundo informações da Associação Nacional de Defesa Vegetal (Andef), atualmente com mais de 70 milhões de hectares agricultáveis no país, o crescimento da última década para os setores de fertilizantes foi de 4%, contra 12% dos defensivos, e 4% em maquinários. E como sustentar o escoamento desse volume? Para Eduardo Daher, presidente da Andef, apenas com o comprometimento do Poder Público, em parceria com a iniciativa privada. “Temos importantes obras de infraestrutura planejadas, que, fora do papel, trariam uma maior capacidade de desenvolvimento para um setor vital à economia brasileira, afinal corresponde a 33% do nosso PIB (Produto Interno Bruto)”.

Entre as iniciativas citadas por Daher que poderiam tirar o Brasil da situação desconfortável com relação à sua infraestrutura logística e de armazenagem estão a ferrovia Norte-Sul, Estrada de Marabá, Vila do Conde e Miritituba, além das BRs 163 e 158, e das ferrovias FIOL e FICO, corredores horizontais de escoamento na região Centro-Oeste que estão sendo aguardados há tempos, mas que já chegarão com quase um século de atrasos, se comparadas às malhas de transportes dos EUA, por exemplo, que tiveram grande salto de desenvolvimento na década de 30.

“Nos últimos 10 anos mais que dobramos nossa oferta de alimentos, fibras e energia renovável, mas, no entanto, infelizmente contamos com a mesma logística. Precisamos agir, estamos às vésperas do caos”, alerta Luiz Carlos Correa Carvalho, presidente da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag).

Fonte: TEXTO COMUNICAÇÃO CORPORATIVA

◄ Leia outras notícias