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LOGÍSTICA REVERSA: Devolução consciente no campo

A preocupação com o meio ambiente já é uma realidade na produção agrícola do Paraná. Produtores mais conscientes perceberam que a prática da conservação ambiental tem mudado a imagem de que o agronegócio é o vilão dos biomas existentes no País


Publicado em: 28/08/2012 às 13:40hs

LOGÍSTICA REVERSA: Devolução consciente no campo

Hoje, grande parte dos agricultores visa produzir alimentos sem gerar grandes malefícios ao campo. A logística reversa, principalmente no que diz respeito à devolução de embalagens vazias de defensivos agrícolas, é uma das ações sustentáveis que estão sendo aplicadas na lavoura.

Destinação - Atualmente o Paraná destina mais de 97% de suas embalagens de agroquímicos para reciclagem. Só no ano passado foram recolhidas em torno de 5 mil toneladas. Para este ano a tendência de recolhimento no Estado é ainda maior. O motivo se dá pelo crescimento na área plantada de milho e soja nas últimas safras, o que demandou um aumento de aplicação de defensivos. De acordo com o coordenador do Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (Inpev), Caio Fernandes, em breve o Paraná terá potencial de recolher até 100% das embalagens descartadas.

Geração de empregos - Além dos benefícios ambientais, Fernandes afirma que a logística reversa também ajuda a movimentar a economia por meio da geração de empregos. Dados do Inpev apontam que os 52 postos de recebimento no Paraná são responsáveis por 115 empregos diretos. Irineu Zambaldi, gerente técnico da Associação Norte Paranaense de Revendedores Agroquímicos (Anpara), entidade que representa 32 municípios da região, incluindo Londrina, conta que o Paraná foi pioneiro nesse tipo de iniciativa e começou com o trabalho de logística reversa em 2000, com o programa chamado de Terra Limpa que também visava a retirada de embalagens das lavouras.

Apoio - Zambaldi explica que o apoio das cooperativas foi fundamental no processo de conscientização dos produtores paranaenses. Ele destaca que os agricultores já entendem a necessidade da retirada de embalagens de agrotóxicos do campo. "A Anpara possui cinco cooperativas e 45 empresas parceiras que apoiam a ação", completa.

Dia do Campo Limpo - Fernandes do Inpev destaca que a criação do Dia Nacional do Campo Limpo, realizado todos os anos em quase todas as unidades de recebimento do País, foi fundamental para conscientizar não só os produtores, mas toda a sociedade. Com o objetivo de mostrar o trabalho realizado pelo Inpev, o evento é um dos responsáveis por fomentar a adequação dos produtores à logística reversa.

 Desconhecimento  - Já o gerente técnico da Anpara, reclama que mesmo com o apoio das cooperativas, muitos agricultores ainda não sabem como destinar corretamente esses produtos e frisa que a assistência técnica oferecida por órgãos públicos devia ser melhor trabalhada, principalmente com foco no pequeno produtor. Segundo ele, o objetivo do Dia Nacional do Campo Limpo é mostrar para a população o trabalho que é realizado na zona rural quanto à destinação de embalagens vazias. "Nesse dia orientamos as pessoas que visitam as centrais sobre como fazer de forma correta a tríplice lavagem e o armazenamento adequado das embalagens".

 Processo   - Fernandes acrescenta que para lavar o recipiente o produtor deve colocar um quarto de água na embalagem e agitar antes de inserir no pulverizador, processo que deve ser repetido mais duas vezes. Os frascos, segundo o coordenador, devem ser armazenados longe de fontes de alimentos de rações.

Coleta itinerante
  - Zambaldi da Anpara completa que em localidades distantes das unidades de recebimento, os produtores têm a opção de aderirem ao sistema de coleta itinerante. No caso da região Norte do Estado, um caminhão passa nas propriedades em datas preestabelecidas coletando esses materiais. "Os frascos já lavados separamos para reciclagem e os que não podem ser lavados, como aqueles frascos que contêm óleo ou aqueles com produtos que possuem alta viscosidade, são incinerados", explica.

Fonte: Folha de Londrina

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