Publicado em: 15/07/2025 às 15:00hs
Dados da Embrapa de outubro de 2024 mostram que a área irrigada por pivôs centrais no Brasil passou de 1,92 milhão de hectares em 2022 para 2,2 milhões em 2024 — um crescimento de 14,58%. Apesar desse avanço, o país ainda conta com apenas 2,6% da área irrigada em relação ao total mundial.
Considerando outros métodos, como gotejamento, aspersão e inundação, o Brasil chega a 9,2 milhões de hectares irrigados. Esse número é inferior ao de países como Irã e Paquistão, e bem menor que o dos Estados Unidos, China e Índia.
Especialistas apontam grande potencial para expansão da irrigação no Brasil, especialmente diante dos efeitos das mudanças climáticas. O gerente comercial sul da Lindsay, Juan Latorre, destaca:
“Muitos produtores enfrentam irregularidade e má distribuição das chuvas, com longos períodos de estiagem. A irrigação surge como uma solução para evitar perdas e aumentar a produtividade.”
Segundo ele, projetos bem estruturados podem elevar a produção em mais de 30%, possibilitando até três safras por ano. Embora seja muito usada em culturas de grãos, a irrigação também avança em plantações de cana, café, citrus e hortifrutis.
Para a engenheira agrônoma e diretora da Associação Brasileira de Irrigação e Drenagem (ABID), Priscila Sleutjes, a irrigação não elimina todos os riscos climáticos, mas funciona como um seguro para o produtor:
“Ela amplia a segurança, evita abertura de novas áreas e promove uso mais eficiente da água, ao possibilitar até duas ou três safras na mesma terra.”
O uso de pivôs centrais com tecnologia avançada torna a irrigação mais sustentável, evitando desperdícios e racionalizando o consumo hídrico.
A Lindsay oferece sistemas como FieldNet e FieldNet Advisor, que permitem controlar o funcionamento da irrigação remotamente. É possível ajustar a quantidade de água em cada setor do pivô, criar planos automáticos e integrar dados de estações meteorológicas e sondas de umidade.
O especialista em tecnologia da Lindsay, Rodrigo Bernardi, ressalta:
“A automação traz economia de água e energia, além de evitar erros no manejo, garantindo que a planta receba a quantidade ideal de água para seu desenvolvimento e máxima produtividade.”
Ele explica que, embora apenas 5 a 10% da água aplicada seja absorvida pela planta, o restante retorna ao ciclo hídrico, reforçando a importância do controle eficiente dos recursos.
Ao contrário de máquinas agrícolas, projetos de irrigação são personalizados, considerando cultura, solo, topografia, clima, infraestrutura, energia e disponibilidade hídrica. O diretor comercial da Lindsay, Cristiano Trevizam, comenta:
“Há um trabalho próximo com os produtores para mostrar que um projeto bem feito, com apoio técnico, traz grandes benefícios.”
O investimento costuma se pagar em cerca de três anos. Além disso, a irrigação valoriza a terra, tornando-a mais produtiva e competitiva do que a compra de novas áreas.
Cristiano também destaca que a irrigação impulsiona o desenvolvimento regional:
“Produção rural mais eficiente gera empregos e renda, beneficiando comunidades em regiões afastadas dos grandes centros urbanos.”
Assim, a expansão da irrigação tecnológica contribui para a sustentabilidade econômica, social e ambiental do agronegócio brasileiro.
Fonte: Portal do Agronegócio
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