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Investimentos do setor privado em tecnologias de armazenagem dobraram nos últimos anos

Os produtores começaram a colocar no orçamento da safra o investimento para novas estruturas de armazenagem


Publicado em: 25/04/2014 às 10:00hs

Investimentos do setor privado em tecnologias de armazenagem dobraram nos últimos anos

Com a destinação de recursos do governo federal para a armazenagem no Brasil, aumentou a intenção de cooperativas e de produtores de investir na estrutura. A indústria também se beneficiou e com o uso da tecnologia já trabalha em novos projetos pra aumentar a eficiência dos silos.

Os produtores começaram a colocar no orçamento da safra o investimento para novas estruturas de armazenagem. Carlos Apoloni, produtor do município de Quarto Centenário, região oeste do Estado do Paraná é um exemplo dos resultados da infraestrutura. Ele tem dois armazéns na propriedade, o primeiro foi construído na década de 1970, com financiamento público. O segundo, há 10 anos, com capital próprio. E um terceiro silo está nos planos da família.

A gente costuma armazenar até a chegada da próxima safra, porque não tem espaço para receber duas safras ao mesmo tempo, manter a anterior e colher a nova no mesmo local, né – explica Apoloni.

O produtor conta que desde a época do pai, a família já trabalhava com sistema de armazenagem. João Apoloni também produzia cereais e já naquela época sabia das vantagens de guardar o que colhia na fazenda.

A gente consegue obter um valor de venda um pouco maior do que consegue na cooperativa e acaba também tendo a segurança do produto estar aqui, guardado com a gente, para negociação carga a carga. O peso e a classificação saem daqui da fazenda, então está tudo sob controle nosso – afirma.

Os silos da fazenda Boa Sorte têm capacidade para 260 mil sacas de grãos. Um deles está abarrotado de soja. No outro tem milho. Com soja armazenada o produtor consegue até 10% a mais no preço, no milho o valor chega a ser 15% maior.

Para o produtor que tem armazém, tem uma vantagem competitiva em relação a outros produtores, porque ao vender, ele vende seu grão seco e limpo, leve de impurezas e acaba fazendo uma receita maior para o seu produto. Ele também pode deixar no seu armazém e fazer depois o transporte deste produto para o porto, para o seu cliente, numa época em que o preço do frete esteja mais barato – coloca o presidente da Vanguarda Agro, Arlindo Moura.

Outro bom exemplo de resultados é Pedro Favoreto Filho, que assumiu parte dos negócios da famílias aos 26 anos, depois que o pai morreu num acidente de carro. O produtor teve a ideia de construir silos numa das fazendas, em Sertanópolis, no norte do Paraná. O investimento chegou a R$ 5 milhões. E foi tão vantajoso, diz ele, que um ano depois a obra já estava paga. Ele está ampliando a estrutura, agora. Vai construir outro silo para ter capacidade de armazenar 30 mil toneladas. Hoje, são 24 mil toneladas, das 100 mil que colhe por ano com soja e milho.

Quem tem acima de 500 hectares de plantação, tem que ter silo. A relação custo benefício é muito boa – orienta Pedro Filho.

Na carona do crescimento do agronegócio e na necessidade do produtor, a indústria se beneficiou nos últimos anos. As empresas que vendem projetos e equipamentos para armazenagem viram dobrar os investimentos para este ano, de R$ 25, R$30 milhões, para R$ 60 milhões, em média.

Acho que na armazenagem o setor privado, as cooperativas e o grande produtor cuidam disso melhor que o governo. Não é demérito do governo, mas em função das prioridades, acho que cabe ao governo incentivar e cabe ao setor privado executar – reflete o diretor presidente da Kepler Weber, Anastácio Fernandes Filho.

Fonte: Planeta Arroz

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