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Futuro da erva-mate é discutido em Erechim

Em meio a dificuldades, a cadeia da erva-mate aguarda com otimismo o que o futuro lhe reserva


Publicado em: 13/11/2013 às 13:50hs

Futuro da erva-mate é discutido em Erechim

Em meio a dificuldades, a cadeia da erva-mate aguarda com otimismo o que o futuro lhe reserva. O interesse da China por chás, a projeção do crescimento da população e do consumo de alimentos animam o setor a equalizar mercado, demanda, produção, qualidade e preço justo para o consumidor.

Em palestra em Erechim, na manhã desta terça-feira, durante a Frinape e Feira Nacional do Mate(Fenamate), o secretário estadual da Agricultura, Luiz Fernando Mainardi, projetou alguns desafios de curto e longo prazos para elevar a área plantada no RS para 50 mil hectares nos próximos dez anos. “Precisamos criar a governabilidade do setor em que todos ganhem: produtor, indústria e consumidor. Temos de estudar primeiro onde queremos chegar. Saber o volume e os custos de produção. Diminuir o tempo de produção da erva-mate como estamos fazendo na olivicultura e na vitivicultura. Melhorar a relação do produtor com a indústria”.

A crise, segundo ele, vem acompanhada de perspectiva. “Existem alguns caminhos a percorrer. A erva-mate traz inúmeras qualidades à saúde. Como explorar isso? Como se relacionar com os costumes gaúchos a partir do aumento do consumo, que diminuiu 15% no Brasil nos últimos anos?”, questionou o secretário, apontando como alternativa a construção dos planos decenais que se traduzem em políticas de Estado e não ficam à mercê dos projetos políticos.

“Não estamos fazendo algo para um governo. A nossa idéia é de que todos dêem continuidade. A união entre o público e o privado, a cadeia toda, nos faz projetar o crescimento da produtividade, com mais pesquisa, estudos de espécies e o aumento, por exemplo, do preço da arrouba. Temos de chegar a plantar 500 mil arroubas por hectare”.

Para tanto, uma das medidas também é garantir renda ao produtor. Desestimulado ao longo dos anos, ele acabou migrando para soja, milho e outras culturas com melhor preço, o que gerou a diminuição da oferta e o aumento do preço para o consumidor.

A retomada da Câmara Setorial, a criação do Fundomate, do Prodemate, que será lançado ndsta quinta-feira (14) durante a Turismate, em Ilópolis, são políticas de Estado que devem nortear as ações daqui para frente, o estudo de redução de impostos e o controle da qualidade dos produtos, afirma Mainardi.

Com a tutela e o fortalecimento do Instituto Brasileiro da Erva-Mate (Ibramate), as políticas terão a chancela de todos os envolvidos na cadeia.

O presidente da entidade, Roberto Ferron, acredita na superação das dificuldades. A abertura do diálogo feita pelo governo do Estado aprofundou as discussões. Acompanhando o movimento estadual, eles querem agora que o governo Federal, através do Ministério da Agricultura, crie a Câmara Setorial nacional e aumente a representatividade política em defesa da erva-mate.

Pretendem levar as reivindicações ao Congresso Nacional e constituir uma comissão de apoio ao mais tradicional produto gaúcho.