Publicado em: 17/11/2025 às 15:30hs
O agronegócio exige planejamento estratégico e atenção à saúde do solo, não apenas durante o plantio e colheita, mas também para garantir a produtividade das próximas safras. Nesse contexto, os sistemas integrados de produção, que combinam cultivo de grãos, plantio de forrageiras e produção animal na entressafra, surgem como uma solução eficiente para manter o solo fértil, produtivo e sustentável.
Segundo o engenheiro agrônomo Thiago Neves Teixeira, mestre em Zootecnia e especialista em Desenvolvimento de Mercado da Sementes Oeste Paulista (SOESP), a adoção de forrageiras e sistemas integrados é uma estratégia consolidada em propriedades rurais.
“Manter o solo coberto durante a entressafra é fundamental para conservar a produtividade e a saúde do solo”, afirma Teixeira.
As forrageiras contribuem diretamente para a qualidade do solo, oferecendo diversos benefícios:
Além disso, permitem a integração da pecuária ao sistema agrícola, fornecendo alimento para os animais e diversificando a renda do produtor.
“O uso de forrageiras aumenta a eficiência do uso da terra e fortalece a sustentabilidade do sistema agropecuário”, explica Teixeira.
O desempenho da safra principal depende da escolha correta das culturas de sucessão. Espécies adaptadas ao solo e ao clima ajudam a melhorar a estrutura do solo, aumentam a matéria orgânica e reduzem a incidência de pragas, doenças e plantas daninhas.
“Planejar a sucessão de culturas estrategicamente promove equilíbrio no sistema, reduz custos a longo prazo e fortalece a resiliência da produção”, ressalta o agrônomo.
Além dos benefícios agronômicos, as forrageiras possibilitam a Integração Lavoura-Pecuária (ILP), garantindo alimento para o rebanho e criando novas fontes de receita. Entre as espécies mais utilizadas estão:
Estudos recentes, como o de Bilego et al. (2023), apontam ganhos médios de mais de 800 gramas por dia na seca, com taxa de lotação superior a 3 UA/ha e produtividade de cerca de 14 arrobas por hectare na entressafra.
O uso contínuo de forrageiras também contribui para reduzir gastos com fertilizantes. Pesquisas da Embrapa indicam que algumas Brachiarias podem acumular até 5,5 toneladas de palhada por hectare, reciclando aproximadamente 83 kg de nitrogênio, 60 kg de fósforo (P₂O₅) e 65 kg de potássio (K₂O).
“Essas plantas permitem manter o solo fértil de forma natural, sustentável e econômica”, reforça Teixeira.
A escolha da espécie deve considerar solo, clima e nível tecnológico da propriedade. Quanto maior o potencial produtivo do capim, maiores as exigências em fertilidade e manejo. A SOESP, especializada em sementes de capins tropicais, oferece materiais desenvolvidos por pesquisadores da Embrapa, adaptados a diferentes biomas e condições edafoclimáticas do Brasil.
O acompanhamento técnico é essencial para garantir eficiência e retorno econômico, incluindo:
“O manejo correto das forrageiras transforma o solo em um ativo produtivo, capaz de sustentar safras mais eficientes e lucrativas ao longo dos anos”, conclui Teixeira.
Fonte: Portal do Agronegócio
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