Como as obras de ampliação das estradas vão demorar, a produção que está sendo colhida enfrentará os mesmos gargalos que reduziram os ganhos em anos anteriores. O setor espera obter este ano a maior safra de Soja da história: 90,3 milhões de toneladas. Apesar disso, o agronegócio deve perder R$ 900 milhões no escoamento da commodity por falta de Logística adequada.

Nos últimos três anos, segundo o diretor executivo do Movimento Pró-Logística, Edeon Vaz Ferreira, o setor teve despesas de R$ 3 bilhões devido à Infraestrutura precária. Em Lucas do Rio Verde, interior do Mato Grosso, o produtor Gilberto Eberhardt diz que está obtendo boa produtividade com uma nova variedade de Soja transgênica, mas reclama do custo de carregamento.

"Com o preço do combustível, que não para de subir, e a situação ruim das estradas, vou desembolsar, mais uma vez, uma boa grana. No ano passado, gastei R$ 28 mil só em fretes", reclamou Eberhardt. "A cada ano, a péssima Logística corrói a rentabilidade do setor", acrescentou o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja Brasil), Glauber Silveira.

Manutenção

As BRs 163, 364, 070 e 158, segundo o Movimento Pró-Logística, principais Rodovias de escoamento do Centro Oeste, estão com movimento 300% acima da capacidade por falta de manutenção. Para Edeon Ferreira, se boa parte da produção fosse exportada pelo Norte do país, e não pelo Sul, o tempo gasto seria menor e os pedágios, mais baratos. Além disso, "se o governo federal investisse mais em ferrovias e hidrovias, as transportadoras cobrariam menos."