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Encontro promovido pela APTA reúne cadeia produtiva da noz macadâmia

Evento será realizado hoje, 5 de dezembro, em Bauru


Publicado em: 05/12/2013 às 09:20hs

Encontro promovido pela APTA reúne cadeia produtiva da noz macadâmia

As primeiras mudas de noz macadâmia chegaram ao Brasil na década de 1940. O cultivo comercial se desenvolveu a partir da década de 1970, mas, ainda são raras as informações sobre o seu cultivo. No inicio, os manejo adotados foram, em sua maioria, adaptados de resultados obtidos na Austrália e no Havaí, países com tradição no cultivo dessa nogueira.

Atualmente, o Brasil produz cerca de seis mil toneladas de noz em casca, equivalente a 1.400 toneladas de amêndoa. A África do Sul, maior exportador mundial, produz 10 mil toneladas e a Austrália, maior produtor e consumidor, 35,5 mil toneladas, segundo dados da Australian Macadamia Society (AMS). O consumo nacional ainda é baixo, apenas 3 gramas por habitante por ano, enquanto em outros países, como o Japão, esse número chega a 660 gramas. Apesar disso, a demanda pelo produto já é maior do que a produção: no último ano o Brasil teve de importar parte da noz consumida.

Por essas razões, pesquisadores da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, realizam amanhã, dia 5 de dezembro, em Bauru, o II Encontro Nacional da Cadeia Produtiva da Noz Macadâmia. Durante o evento, a APTA vai apresentar pesquisa inédita de consórcio de macadâmia com café. Com a integração, o produtor pode dobrar os lucros, atingindo ganhos de R$ 31 mil por hectare após cinco safras. O consórcio antecipa em duas safras a colheita da macadâmia.

O encontro, que tem como um dos objetivos a integração dos integrantes da cadeia, reunirá produtores, profissionais que atuam na indústria consultores e comerciantes, além de interessados em iniciar na cultura. O evento vai trazer novas informações e debater sobre as dificuldades encontradas em cada etapa da produção e comercialização.

Dentre as questões que serão discutidas está o tempo de retorno do investimento do capital, que pode chegar a 12 anos. Segundo o pesquisador do Polo Regional Centro Oeste, Marcos Perdoná, esta é uma das maiores dificuldades para a rápida expansão da cultura e também um dos principais objetos das pesquisas realizadas pela APTA: diminuir o período de retorno de investimento, desenvolvendo sistemas mais produtivos e diminuindo o período juvenil das plantas (5 a 6 anos).

Por enquanto, uma das alternativas encontradas para solucionar esse problema é manter a cultura em consórcio com outras, com destaque para o café. “Unir essas duas culturas pode ser muito vantajoso para o produtor, já que a macadâmia auxilia no cultivo do café, reduzindo em 72% a incidência de ventos e em 2,2% a temperatura média na lavoura. O café, por sua vez, ajuda a pagar a conta da implantação do pomar de macadâmia”, explica Perdoná.

Outra questão que será abordado são as doenças encontradas na cultura. Durante a palestra, a pesquisadora da APTA, Juliana Sodário Cruz, irá tratar quais são os principais sintomas encontrados nas nogueiras macadâmias cultivadas no Brasil e também compará-los com as principais doenças que ocorrem no exterior. Dentre as doenças que serão tratadas estão o Declínio e a Seca dos Rácemos, que diminuiu a produtividade da macadâmia em até 30% em países como Austrália e África do Sul. “No Brasil, não há dados de quanto essas doenças podem afetar na produtividade, por isso, a APTA realiza pesquisas em parcerias com os produtores, que enviam amostras de plantas doentes para análise”, afirma Cruz.

Produção

A noz de macadâmia é utilizada na alimentação humana, principalmente pela indústria de pães e biscoitos, além de também ser utilizada no paisagismo, na produção de óleo, cosméticos e fármacos. No Brasil, é cultivada em diversas regiões, principalmente no Estado de São Paulo – responsável por 35% da produção -, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Sul de Minas Gerais, leste do Mato Grosso do Sul e no oeste do Paraná.

Fonte: Assessoria de Imprensa – APTA

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