Publicado em: 09/07/2013 às 12:00hs
A estimativa da área a ser colhida em 2013 (52,6 milhões de hectares) cresceu 7,8% frente à área colhida em 2012 (48,8 milhões de hectares) e ficou 330.166 ha menor que a prevista no mês anterior (-0,6%). O arroz, o milho e a soja são os três principais produtos deste grupo, que somados representaram 92,2% da estimativa da produção e responderam por 86,2% da área a ser colhida. Em relação a 2012, houve acréscimos de 7,2% na área para o milho, de 11,1% para a soja e decréscimo (-0,4%) na área colhida de arroz. No que se refere à produção, os acréscimos foram de 3,1% para o arroz, de 9,7% para o milho e de 23,8% para a soja, quando comparados a 2012.A publicação completa da pesquisa pode ser acessada em www.ibge.gov.br/home/estatistica/indicadores/agropecuaria/lspa.

Entre as Grandes Regiões, o volume da produção de cereais, leguminosas e oleaginosas apresentou a seguinte distribuição: Centro-Oeste, 75,9 milhões de toneladas; Região Sul, 73,4 milhões de toneladas; Sudeste, 19,6 milhões de toneladas; Nordeste, 12,2 milhões de toneladas e Norte, 4,6 milhões de toneladas. Comparativamente à safra passada, foram constatados incrementos de 7,2% na Região Centro-Oeste, 33,0% na Sul, 1,9% na Sudeste e 2,4% na Nordeste. Na Região Norte houve decréscimo de 2,6%. Nessa avaliação para 2013, o Mato Grosso liderou como maior produtor nacional de grãos, com uma participação de 23,8%, seguido pelo Paraná (20,4%) e Rio Grande do Sul (15,7%), que somados representaram 59,9% do total nacional previsto.

Estimativa de junho em relação à de maio
No Levantamento Sistemático da Produção Agrícola de junho destacaram-se as variações nas seguintes estimativas de produção, comparativamente ao mês de maio: algodão (-1,8%), amendoim 1ª safra (5,7%), amendoim 2ª safra (18,4%) batata-inglesa 3ª safra (-19,0%), café arábica (-0,3%), café canéfora (-16,5%), feijão total (-2,4%), feijão 3ª safra (10,7%), mandioca (-6,5%), milho 1ª safra (-1,1%), milho 2ª safra (0,3%) e trigo (0,8%).
ALGODÃO HERBÁCEO (em caroço) - Reavaliações no estado de Goiás registraram grande redução na área cultivada (17,7%), principalmente no sudoeste do estado, região de maior ocorrência desta cultura. No Nordeste do país a produção foi severamente afetada pela seca, refletindo grandes reduções de área e registrando a ocorrência de pragas como o bicudo, em Pernambuco. Mato Grosso, o maior produtor nacional, inicia a colheita, estimada em 1.771.086 toneladas, enquanto na Bahia a colheita esta no fim, devendo totalizar 1.019.279 toneladas.
AMENDOIM (em casca) - Em junho, a produção nacional das duas safras de amendoim foi estimada em 365.851 t e apresentou um aumento de 6,3% em relação ao mês anterior. São Paulo, maior produtor, participa com 87,6 % da produção nacional e apresentou, na 1ª safra, acréscimo de 5,7% e na 2ª safra, um crescimento de 52,7% em relação à estimativa anterior. Em nível nacional, a 2ª safra cresceu 18,4% em relação à estimativa de produção em maio.
BATATA INGLESA - A estimativa de produção da batata-inglesa em junho foi de 3.306.806 toneladas, indicando queda de 3,6% em relação a maio. No Brasil, a produção de batata-inglesa divide-se em três safras distintas: a 1ª safra, que é a de verão, a 2ª safra, plantada no início do ano civil e a 3ª safra, plantada mais para o meio do ano. Em junho, a maior alteração da estimativa de produção coube à batata 3ª safra, já que houve redução de 19,0% em relação a maio. Os números foram mais influenciados pelo estado de São Paulo, segundo maior produtor nacional, respondendo por 29,1% do total produzido nessa safra, que informou queda de 49,8% na área a ser plantada, 44,5% na produção estimada.
CAFÉ TOTAL (em grão) - Em relação a maio, as informações de junho apresentaram decréscimo de 4,6% na produção esperada e de 4,0% no rendimento médio.
CAFÉ ARÁBICA (em grão) - A produção nacional de arábica estimada em junho mostra queda de 0,3% em relação a maio. O rendimento médio apresentou acréscimo de 0,6%. A área plantada total decresceu 0,9%. A área destinada à colheita também diminuiu 0,9%. Com o avanço da colheita as estimativas tendem à estabilização.
CAFÉ CANEPHORA (em grão) - No Espírito Santo, houve decréscimo de 21,0% na produção esperada em junho, devido à falta de chuvas e às elevadas temperaturas, podendo ainda apresentar queda maior no rendimento nos próximos levantamentos. A produção do Espírito Santo foi estimada em 493.832 t (8,2 milhões de sacas de 60 kg) e a produção nacional, em 657.723 t (10,9 milhões de sacas de 60 kg).
FEIJÃO (em grão) total – A estimativa da produção nacional de feijão, considerando as três safras do produto, foi de 2.957.311 toneladas, 2,4% menor que a informada em maio. O Nordeste também foi a principal responsável por esta avaliação negativa em relação a maio, com decréscimos de 63.695 toneladas na expectativa de produção.
FEIJÃO (em grão) 3ª safra – Espera-se uma produção de 500.706 toneladas, para este terceiro período de plantio do feijão em grão, maior 10,7% que a estimativa de maio. Estima-se um aumento da área a ser plantada de 0,8%, e uma melhora do rendimento médio de 9,8%.
MANDIOCA (raízes) - A estimativa de produção da mandioca em junho foi de 21.449.146 toneladas, indicando uma queda de 6,5% em relação a maio. A área plantada estimada ficou em 2.182.007 hectares e o rendimento médio esperado em 14.130 kg/ha, com decréscimos de 5,2% e 0,7%, respectivamente. A atual estimativa foi influenciada pelo Nordeste, que informou uma queda de 20,6% em sua estimativa de produção em relação a maio, sendo reduzida em 1.297.236 toneladas, reflexo da redução de 13,1% na área plantada, 14,8% na área a ser colhida e 6,8% no rendimento médio esperado. As perdas na produção foram mais significativas na Bahia (40,1%), Ceará (19,2%), Maranhão (8,4%), Rio Grande do Norte (42,7%), Pernambuco (14,6%) e Alagoas (7,4%).
MILHO TOTAL (em grão) - Em junho, a estimativa da produção total de milho em grão é de 78.211.321 toneladas, 0,3% menor que a apresentada no mês anterior, mantendo a expectativa de safra recorde. As áreas plantada e colhida também apresentaram queda de 1,6% em relação a maio. Do volume da produção esperada, 34,5 milhões de toneladas (44,1%) são de milho 1ª safra e 43,7 milhões de toneladas (55,9%) são de milho 2ª safra. Os produtores investiram no milho 2ª safra, por este apresentar bons preços de mercado na ocasião da decisão de plantio.
TRIGO (em grão) - A estimativa de produção do trigo em junho foi de 5.557.329 toneladas, 0,8% maior em relação a maio. Sua área plantada deve alcançar 2.068.767 hectares, com crescimento de 7,7% em relação a 2012 e 0,7% em relação a maio.
Paraná e Rio Grande do Sul respondem por 92,8% da área plantada e 92,0% da produção nacional de trigo. No Paraná, 85,0% da área estimada a ser plantada em 2013 encontra-se consolidada, estando as lavouras nas fases de germinação e desenvolvimento vegetativo. No Rio Grande do Sul, a estimativa de produção do trigo em junho foi de 2.427.620 toneladas, indicando um aumento de 30,1% em relação a 2012, com destaque para o aumento do rendimento que deve alcançar 24,3%.
Estimativa de junho em relação à produção obtida em 2012
Dentre os vinte e seis produtos selecionados, dezesseis apresentaram variação positiva na estimativa de produção em relação a 2012: amendoim em casca 1ª safra (11,9%), amendoim em casca 2ª safra (3,6%), arroz em casca (3,1%), aveia em grão (12,7%), batata-inglesa 1ª safra (2,5%), batata-inglesa 2ª safra (2,2%), cana-de-açúcar (10,3%), cevada em grão (17,0%), feijão em grão 2ª safra (13,7%), feijão em grão 3ª safra (3,3%), milho em grão 1ª safra (3,8%), milho em grão 2ª safra (14,8%), soja em grão (23,8%), sorgo em grão (21,9%), trigo em grão (26,9%) e triticale em grão (18,2%). Com variação negativa foram dez produtos: algodão herbáceo em caroço (31,8%), batata-inglesa 3ª safra (30,8%), cacau em amêndoa (5,0%), café em grão – arábica (4,9%), café em grão - canephora (13,2%), cebola (9,2%), feijão em grão 1ª safra (2,7%), laranja (4,6%), mamona em baga (32,9%) e mandioca (8,4%).
Os incrementos de produção mais significativos, em números absolutos, em relação a 2012 foram para cana-de-açúcar, soja e milho. Já as maiores variações negativas em números absolutos foram para a laranja, algodão e mandioca.
ALGODÃO HERBÁCEO (em caroço) - Cultura anual que sofreu grande variação negativa em termos absolutos quando comparados com a produção de 2012: diferença de 1.580.219 toneladas e redução da área colhida em 431.114 hectares na comparação anual. A regularização dos estoques com as duas últimas safras recordes (2011 e 2012), a crise européia e a ascensão do preço da soja, concorrendo por área de plantio, foram alguns dos fatores que desencadearam a retração do plantio para a safra de 2013.
Mato Grosso é o principal produtor, participando com 52,3% da produção nacional de algodão em caroço. A redução da área em relação ao ano anterior deve-se à baixa cotação do produto na época do plantio. O plantio foi feito este ano em sua maioria dentro da época recomendada e as condições climáticas estão sendo bastante satisfatórias.
CAFÉ TOTAL (em grão) - Com o avanço da colheita, a produção nacional para 2013 foi estimada em 2.847.931 toneladas, ou 47,5 milhões de sacas de 60kg de café em grãos beneficiados. A área total ocupada com café no país (arábica e canephora), de 2.295.870 ha, foi menor 1,7% que em 2012. A área a ser colhida foi estimada em 2.046.732 ha, inferior 2,2%.
As duas espécies somadas apresentaram um decréscimo de produção de 7,0% em relação 2012. As diferenças entre as produções de anos de “de baixa e de alta”, resultado da grande participação do arábica no parque cafeeiro nacional, vêm decrescendo.
CAFÉ ARÁBICA (em grão) - Prossegue a colheita na maioria das regiões produtoras. O decréscimo na produção nacional de café arábica estimada para 2013, em relação à safra colhida em 2012, de 4,9%, foi consequência, principalmente, da particularidade fisiológica que apresenta esta espécie, que alterna safras de “altas e baixas” produtividades.
Em 2013, o País deverá produzir 2.190.208 toneladas de café arábica, ou 36,5 milhões de sacas de 60 kg. A área destinada à colheita foi estimada em 1.563.545 ha, 1,6% inferior à área colhida em 2012. A área total ocupada com a cultura em todos os estágios de desenvolvimento totalizou 1.749.059 ha, menor 1,5%. Quedas de produção em 2013 foram verificadas em São Paulo (-18,0%) e Minas Gerais (-5,8%), respectivamente, 2º e 1º produtores nacionais.
CAFÉ CANEPHORA (em grão) - A estimativa para 2013 (657.723 toneladas ou 11,0 milhões de sacas) foi 13,2% menor que a produção de 2012, em uma área 4,2% menor (483.187 ha). O Espírito Santo é o maior produtor nacional de canephora, com 75,1% de participação prevista na produção brasileira de café desta espécie em 2013. A produção estadual, estimada em 493.832 toneladas (8,2 milhões de sacas), teve decréscimo de 16,1%, em relação a 2012.
CANA-DE-AÇÚCAR - A cultura experimentou nova expansão com o incentivo aos combustíveis renováveis e a frota de carros flex, tendo desacelerado seu crescimento com a crise de 2008 e a informação do potencial petrolífero do pré sal. Em 2013, voltou a crescer: 10,3% na estimativa de produção, ou mais 69.143.863 toneladas em relação a 2012. Em São Paulo, principal produtor (55,6% da produção nacional) espera-se altas nas áreas destinada a colheita (5,7%), na produção (15,0%) e no rendimento médio (8,8%). Já na área total espera-se redução de 7,1% na comparação com a safra de 2012.
FEIJÃO TOTAL (em grão) - Para o feijão total, neste sexto levantamento, aguarda-se para 2013 um aumento de 4,8% na produção e uma diminuição de 5,6% na área plantada em relação a 2012. Os maiores produtores são Paraná (23,9%), Minas Gerais (18,6%) e Goiás (9,8% da produção nacional). Nos três estados espera-se diminuição na área plantada em relação a 2012: Paraná (-2,7%), Minas Gerais (-2,1%) e Goiás (-16,1%).
LARANJA – A safra nacional de laranja experimentou um decréscimo de 4,6%, ou menos 877.094 toneladas no confronto com a safra anterior. Grandes estoques nacionais e internacionais, agravados pela crise europeia, e bloqueios alfandegários, configuraram-se como principais fatores de desestímulo à produção citrícola em 2013.
São Paulo, principal produtor, participa com 74,1% da safra nacional de laranja. Apesar das reavaliações agora apresentadas, o estado experimentou, em relação a 2012, decréscimos de 3,8% na estimativa da área plantada, 13,3% na área destinada à colheita e 6,6% na produção. Somente o rendimento médio apresentou acréscimo de 7,7% na comparação com 2012.
MANDIOCA (raízes) - A estimativa na produção de mandioca em 2013 é de 21.449.146 toneladas, indicando queda de 8,4% em relação a 2012, sendo reflexo das reduções de 13,3% na área plantada e de 10,9% na área a ser colhida. As perdas foram maiores na Região Nordeste (16,4%) decorrente da continuação da seca que teve início em 2012 e que ainda assola boa parte dos estados.
MILHO (em grão) – A safra recorde de milho de 2013 vem impulsionada por bons preços praticados desde a tomada de decisão para o plantio da primeira safra do produto, continuando a impulsionar o segundo período de plantio, aliado às boas condições climáticas ocorridas nas principais regiões produtoras do cereal. A produção nacional é 9,7% maior que a obtida em 2012, registrando, em termos absolutos, um incremento de 6.914.843 toneladas, ocorrendo também acréscimo da área a ser colhida de 1.020.320 hectares (7,2%).
A primeira safra apresentou acréscimo de 1.271.380 toneladas (3,8%), embora a área plantada tenha sido menor em 770.631 hectares (-10,1%) o rendimento médio foi de 5.310 kg/ha, 11,4% superior ao ano anterior. Para a segunda safra do produto, a variação absoluta foi de 5.643.463 toneladas, acréscimo de 14,8%, em uma área plantada 1.347.077 hectares (18,2%) maior. Este é o segundo ano consecutivo em que se observa o maior volume de produção do 2ª safra em relação ao milho 1ª safra, em função do produtor optar pelo plantio da soja, como cultura de verão, que é substituída pelo milho 2ª safra no plantio subsequente.
Em 2013, o maior produtor de milho passou a ser o Mato Grosso, com 23,5% da produção total brasileira, o que corresponde a 18.414.375 toneladas, seguido pelo Paraná com 23,1%, ou 18.060.602 toneladas. Esses dois estados respondem por 46,6% da safra nacional de milho.
SOJA (em grão) – A safra da soja em 2013 foi recorde e ultrapassou a produção de 2012 em 15.633.187 toneladas (23,8%). A área plantada é maior 2.700.055 hectares (10,8%), enquanto a área destinada à colheita superou a do ano anterior em 2.775.432 hectares (11,1%) e o rendimento médio passou de 2.635 kg/ha obtidos na safra anterior para os atuais 2.935 kg/ha, acréscimo de 11,4%. Os bons preços praticados e as melhores condições climáticas, notadamente na Região Sul, quando comparadas a 2012, justificaram estes acréscimos.
O principal estado produtor desta oleaginosa é o Mato Grosso, que participa com 28,8% da produção nacional. A cultura foi plantada dentro da época recomendada, tendo ocorrido falta de chuva no início do ciclo e excesso no final. Também foram verificados problemas com a mosca branca e doenças de final de ciclo na atual safra mato-grossense, afetando a qualidade do grão.
Fonte: Assessoria de Comunicação IBGE
◄ Leia outras notícias