Publicado em: 26/08/2013 às 13:00hs
Os principais objetivos do evento são discutir e integrar aspectos da agricultura que é praticada em ambientes montanhosos, de forma a contribuir para a elaboração de políticas públicas que estimulem a adoção de práticas agrícolas sustentáveis nestas áreas, em especial na região serrana fluminense.
Temas como “O novo código florestal e os ambientes de montanha”, “ Desafios e perspectivas da agricultura agroecológica de montanha na região serrana do Rio de Janeiro”, “Pagamento por serviços ambientais no desenvolvimento dos ambientes de montanha” e “Experiências da Embrapa em ambientes de montanhas fluminenses” estão entre os assuntos a serem discutidos nos três dias de evento. O workshop e o seminário estão abertos a participação de professores, pesquisadores, extensionistas, técnicos agrícolas e formuladores e executores de políticas públicas.
Pesquisa em ambientes de montanha
A tragédia ocorrida em janeiro de 2011 na região serrana fluminense comprova a necessidade urgente de um olhar específico e diferenciado para os ambientes de montanha no país. Mas apesar da importância desses ecossistemas, das questões sociais, ambientais e econômicas relacionadas à sua exploração, inexistem no Brasil grupos de pesquisa interdisciplinares focados no seu estudo.
Para a pesquisadora Adriana Aquino, do Núcleo de Pesquisa e Treinamento de Agricultores da Embrapa, em Nova Friburgo, é fundamental gerar conhecimentos e tecnologias para o desenvolvimento sustentável dessas regiões e conciliar a produção econômica frente a legislação das APPs que considera essas áreas impróprias para cultivo.”Além de geradoras de serviços ambientais, essas áreas são mais sensíveis a qualquer mudança do clima, tornando-se importante indicador dessa variação”, afirma a pesquisadora.
As montanhas são ecossistemas frágeis e sensíveis às mudanças por causa do relevo, dos solos rasos e da variabilidade geológica. Algumas das ameaças constantes são desmatamento, erosão, queimadas, perda da diversidade biológica, mineração, poluição e seca dos rios e nascentes, pressões da indústria, transporte e turismo, expansão urbana sem planejamento, como também a produção agrícola com tecnologia inapropriada. ”Essas áreas são extremamente vulneráveis às mudanças climáticas e ao desequilíbrio ecológico, tanto natural, quanto provocado pelo ser humano e, devido às suas características, esses ecossistemas e as pessoas que neles vivem correm um risco maior de enfrentarem deslizamento de solo, estiagem e enchentes”, ressalta Adriana.
As montanhas representam 16,91 % do território nacional e desde 2002 é considerado Ponto Focal na Convenção da Biodiversidade Biológica (http://www.onu-brasil.org.br/doc_cdb.php), da qual o Brasil é signatário.
Fonte: Embrapa
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