Outros

Crédito sobrando para programa ABC

Mais do que uma meta, a chamada agricultura de baixo carbono é uma das ferramentas para que se cumpra o compromisso assumido pelo Brasil de reduzir as emissões dos gases de efeito estufa na produção até 2020


Publicado em: 09/06/2014 às 19:50hs

Crédito sobrando para programa ABC

Para se chegar a esse resultado, o país elaborou o Plano Agricultura de Baixo Carbono, com uma série de ações.

Parte desse pacote, lançado na safra 2010/2011, é a liberação de crédito. De lá para cá, o governo vem aumentando o volume de recursos destinados a estimular a adoção de tecnologias que garantam uma produção mais sustentável.

Mas o crédito farto não tem se traduzido, na mesma proporção, em ações concretas. Levantamento feito pelo Observatório ABC que será divulgado em detalhes hoje mostra que só 53%, ou seja, metade dos R$ 4,5 bilhões liberados pelo governo no ano-safra 2013/2014 haviam sido utilizados.

O ano safra ainda não foi finalizado, mas, em uma projeção otimista, a contratação deve chegar no máximo a R$ 2,6 bilhões afirma Angelo Gurgel, professor da Fundação Getulio Vargas (FGV) e coordenador do Observatório ABC, iniciativa que monitora a adoção do Plano ABC no país.

O valor é inferior à quantia emprestada em todo o ciclo anterior, R$ 2,99 bilhões. O Ministério da Agricultura contrapõe que, apesar da soma ser menor, o número de contratos fechados é proporcionalmente maior do que na safra 2012/2013.

Para Gurgel, entre as razões que ajudam a explicar a baixa procura está o juro, considerado pouco atrativo na comparação com outros financiamentos existentes, principalmente os voltados ao médio produtor. No ano passado, as linhas do ABC tinham taxa de 5% e as do Pronamp, 4,5%.

Além disso, os projetos são mais complexos e de resultados a longo prazo. Outra avaliação é de que falta treinamento. A meta é habilitar 19,44 mil técnicos e 935 mil produtores até 2020. Das 19,55 mil pessoas preparadas de 2011 a 2013, só 30% são produtores.

A gente ainda não colocou o sistema ABC de forma estruturada no currículo dos cursos técnicos completa Gurgel.

Com base nos dados consolidados até o momento, Rio Grande do Sul e Paraná devem ficar de fora da lista dos cinco maiores tomadores de crédito das linhas ABC, posição a ser ocupada por Estados do Centro-Oeste e do Sudeste.

Fonte: Zero Hora

◄ Leia outras notícias