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Céleres reduz safras de soja e milho do país por seca no Sul

A previsão de safra de soja do Brasil na temporada 2011/12 foi reduzida para 74,44 milhões de toneladas nesta segunda-feira pela consultoria Céleres, por conta da seca que atinge as lavouras do Sul do Brasil


Publicado em: 10/01/2012 às 10:50hs

Céleres reduz safras de soja e milho do país por seca no Sul

Na previsão de dezembro, a Céleres havia estimado a safra do país em um recorde de 75,6 milhões de toneladas.

"Problemas climáticos provocados pelo fenômeno La Niña trouxeram uma forte estiagem durante o mês de dezembro/11, principalmente na região Sul, comprometendo o potencial produtivo das plantas", afirmou a consultoria em relatório.

Com a nova previsão, a colheita do Brasil (segundo produtor global atrás dos EUA) deverá ser inferior à registrada no ano passado, quando o país colheu um recorde de 74,87 milhões de toneladas, de acordo com a Céleres. As informações sobre o clima para as lavouras têm dado sustentação aos mercados internacionais.

Na semana passada, os governos dos Estados do Sul divulgaram suas primeiras estimativas de perdas. O Paraná, onde a soja foi mais atingida até o momento pela seca, reduziu o potencial de produção da oleaginosa em 1,4 milhão de toneladas.

Os governos do Rio Grande do Sul e Santa Catarina estimaram uma redução total de 800 mil toneladas, o que somado com o Paraná daria uma quebra de 2,2 milhões de toneladas para a soja.

A avaliação da Céleres aponta, portanto, uma redução menor na comparação com as estimativas feitas pelos governos estaduais.

Algumas fontes do mercado, no entanto, já estimam uma redução ainda maior, prevendo uma safra nacional abaixo de 70 milhões de toneladas.

"As estimativas de produtividade sofreram alguns ajustes, assim como as estimativas de área tiveram leves reduções, o que provocou redução na estimativa de produção da oleaginosa no país...", disse a Céleres.

A intenção de plantio de soja ficou em um recorde de 25,07 milhões de hectares, alta de 3,8 por cento na comparação com a temporada passada.

A consultoria notou que algumas áreas do Médio-Norte do Mato Grosso já começam a fazer algum "movimento tímido de colheita" da safra 11/12.

O Mato Grosso, maior produtor de soja do Brasil, tem sido beneficiado pelo clima até o momento e deverá colher uma safra recorde de 21,8 milhões de toneladas, segundo a Céleres, contra 20,4 milhões de toneladas na temporada passada.

Já a estimativa do Paraná (segundo produtor brasileiro) foi reduzida para 13,8 milhões de toneladas, enquanto a safra do Rio Grande do Sul (terceiro produtor) foi estimada em 9,7 milhões de toneladas - a Céleres não forneceu dados comparativos com as estimativas anteriores para os Estados.

MILHO

A estimativa de safra de milho do Brasil na temporada 2011/12 também foi reduzida em função da seca no Sul.

Agora a consultoria prevê uma colheita de 61,98 milhões de toneladas, contra 63,32 milhões de toneladas no levantamento de dezembro.

Na temporada passada, o Brasil produziu 53,74 milhões de toneladas.

A previsão ainda aponta um grande aumento na comparação com 10/11 em função de um crescimento expressivo de área plantada.

"No Estado do Rio Grande do Sul, onde a maioria das lavouras estava em estágio de floração, época em que a planta precisa de muita água para se desenvolver, as chuvas foram escassas ou inexistentes...", ressaltou a Céleres, acrescentando que inicialmente a estimativa de redução da produtividade gaúcha é de 8,25 por cento.

No Paraná a estimativa de queda na produtividade é de 11 por cento ante a previsão inicial.

O Paraná deverá produzir 6,8 milhões de toneladas, enquanto o Rio Grande do Sul terá safra de 4,9 milhões de toneladas.

A expectativa de queda na produção de milho ante a previsão inicial em importantes produtores provavelmente deixará as cotações mais elevadas, o que deve proporcionar um aumento na intenção da segunda safra do cereal.

A projeção de plantio da segunda safra foi revista para 6,085 milhões de hectares, com crescimento esperado de 10,7 por cento em comparação à área de 2010/11 e alta de 1,2 por cento em relação ao divulgado no acompanhamento do mês passado.

Fonte: Reuters

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