O aumento da comercialização de semente pirata e o baixo índice de adoção das áreas de refúgio na implantação das lavouras com materiais geneticamente modificados são algumas das preocupações centrais da nova diretoria da Apasem, eleita e empossada nesta terça-feira (17/03), em Curitiba. A assembleia de prestação de contas e eleição ocorreu à tarde, no auditório do Sistema Ocepar, e contou com a presença do presidente daquela instituição, João Paulo Koslovski, de associados da iniciativa privada e representantes das cooperativas. A posse ocorreu à noite, durante jantar festivo realizado no Restaurante Madalosso, em Santa Felicidade, com a presença de representantes de instituições parceiras, além de associados.

Novo presidente - O novo presidente, o engenheiro agrônomo Kazuo Jorge Baba, afirmou que apesar de o Paraná ter semente de soja, trigo e milho de qualidade e em quantidade suficiente para atender toda a demanda dos agricultores, a pirataria se estabeleceu de tal forma “que está acabando com a pesquisa, tanto no desenvolvimento genético como de novas tecnologias de controle de ervas daninhas e pragas e de cultivares mais resistentes à estiagem”. A semente pirata é produzida sem controle e comercializada informalmente, sem garantia de qualidade e sem pagar os royalties devidos aos obtentores.

União contra a pirataria - Em seu discurso de posse, Kazuo Baba fez um apelo: “É urgente unir os obtentores, as empresas de desenvolvimento de biotecnologia, o Ministério da Agricultura, a Secretaria da Agricultura, a Ocepar, a Acopar, a Polícia Federal e o Ministério Público na discussão de estratégias para erradicação desse mal, que tanto prejuízo traz ao setor produtivo e à própria economia paranaense”.

Qualidade - Kazuo Jorge Baba, indicado pela Ocepar para ocupar a presidência da Apasem, é gerente de comercialização de sementes da Integrada Cooperativa Agroindustrial, de Londrina, e atua no setor sementeiro há mais de três décadas. Ainda durante a assembleia de prestação de contas, afirmou: “Se temos as melhores sementes, de qualidade inquestionável, devemos ao espírito de união encontrado entre os produtores reunidos em torno da Apasem e instituições parceiras, como Abrasem, Ministério da Agricultura, Secretaria da Agricultura do Paraná, CSM/PR, Ocepar, Fundação Meridional, Embrapa, Iapar, Emater, entre outros”.

Embates - O presidente da Ocepar, João Paulo Koslovski, lembrou dos inúmeros embates travados pela Apasem, produtores de sementes e instituições parceiras em defesa do setor, razão pela qual a semente paranaense se destaca no Brasil pela pureza, qualidade e sanidade. “Essa união do setor privado com o setor cooperativista deu certo. Se o Paraná tem uma das melhores produtividades do país deve bastante ao trabalho da Apasem”, destacou. À noite, durante jantar de posse da diretoria, o presidente do Iapar, Florindo Dalberto, também enfatizou o espírito de união do setor, que tem permitido o desenvolvimento da agricultura paranaense.

Ações - Ao se despedir do cargo de presidente, o engenheiro agrônomo Raphael Rodrigues Fróes, lembrou as muitas ações feitas em defesa dos interesses dos produtores de sementes e mudas e lamentou que a complexidade da legislação e a burocracia tornam as conquistas muito lentas. Mas enalteceu o espírito de união do setor, que resultou na consolidação da semente paranaense como um símbolo de qualidade.

Presenças - Compareceram à solenidade de posse da nova diretoria, Inacio Afonso Kroetz, representante da secretaria da Agricultura; Nelson Cosa, representante da Ocepar; Florindo Dalberto, presidente do Iapar; Osmar Paulo Beckert, representante da Embrapa, Scylla Cezar Peixoto Filho, presidente da CSM/PR, e Seisuki Ito, representante da Integrada.