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Amendoim: sensível, mas produtivo

Dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) dão conta de que a produção total do amendoim na safra 2018/2019 teve um incremento de 15,8% em relação à temporada anterior


Publicado em: 23/09/2019 às 14:20hs

Amendoim: sensível, mas produtivo

Aliás, nos últimos 15 anos o volume colhido triplicou, principalmente pelo aproveitamento de áreas de reforma e consorciação com a cana-de-açúcar. E, agora, o Brasil dá início a um novo ciclo, com boas perspectivas.

De acordo com Nathalie Yamashita, da área de Desenvolvimento de Mercado da BASF, os produtores estão muito mais confiantes e as expectativas otimistas quanto as condições climáticas, e fazem com que almejem produtividades entre 420 a 500 sacas/alqueire. A sensibilidade da cultura, porém, pede cuidados assertivos para evitar prejuízos. Na época de semeadura, por exemplo, é definida por uma série de fatores ambientais que, além de influenciar no rendimento, também podem afetar as estruturas e o desenvolvimento da planta. Nesse sentido, especialistas da Conab são bastante enfáticos: semeaduras em períodos não recomendados podem causar reduções drásticas na produtividade devido a alterações negativas no desenvolvimento da cultura.

Outro ponto importante a se destacar é a recorrência de doenças e pragas, que pouco muda de um ano para outro. “Doenças como pinta preta, mancha castanha, ferrugem e verrugose são as que ocorrem com maior frequência no cultivo do amendoim. E, se neste ano as previsões climáticas se confirmarem, teremos uma safra com altas produções, porém com alta probabilidade de ocorrência dessas doenças”, comenta Yamashita. Isso porque umidade e temperatura elevadas favorecem o desenvolvimento do amendoim, assim como para a incidência de fungos, vírus e pragas que infestam a cultura. “Nas últimas safras, inclusive, a ocorrência do percevejo preto, Cyrtomenus mirabilis, vem preocupando produtores de algumas regiões. Por ser uma praga de solo, que ataca a vagem do amendoim já em fase final de formação e maturação, os prejuízos são enormes.” Para essas questões, o controle químico ainda é o principal método utilizado na cultura, conforme informações da Embrapa.

Yamashita ressalta, ainda, as preocupações do agricultor com as perdas de colheita, que geralmente ocorrem provenientes do arranquio e estão relacionadas ao excesso de maturação do pedúnculo ou à desfolha prematura da cultura em função de doenças. “Mas é preciso estar ciente de que outros fatores também têm influência para esta situação, como o excesso de compactação do solo, solos extremamente encharcados, ou secos demais”, complementa, enfatizando a importância do manejo eficiente de doenças, pragas e plantas daninhas, bem como do preparo do solo.

Nesse sentido, a recomendação da BASF é investir em insumos de qualidade para correção e nutrição do solo, sementes certificadas e de variedades adequadas ao ambiente de produção além de fazer uso das boas práticas agronômicas, como pulverização de defensivos registrados para a cultura, adoção de rotação de princípios ativos para evitar a resistência de pragas e fungos, de acordo com as tecnologias de aplicação indicadas pelos fabricantes.

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