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Agricultura sustentável exige produtividade

A FAO já fez as contas. Em 2050, a Terra terá por volta de 9 bilhões de pessoas


Publicado em: 21/02/2014 às 13:30hs

Agricultura sustentável exige produtividade

Para alimentar essa população, será preciso elevar a produção de grãos em 1 bilhão de toneladas e a de carnes em 350 milhões. Isso dentro de 1,5 bilhão de hectares agricultáveis, de forma a preservar os ecossistemas remanescentes e sem agravar o efeito estufa.

O desafio consiste em produzir mais, de forma sustentável, nas áreas que já temos à disposição. Relatório divulgado no dia 13 de fevereiro pelo Serviço Internacional para Aquisição de Aplicações em Agrobiotecnologia (ISAAA) mostra que os transgênicos, desde sua introdução, em 1996, deram importante contribuição a esses objetivos.

Se as 377 milhões de toneladas de grãos e fibras adicionais produzidas pelos organismos geneticamente modificados (OGM) em 17 anos de plantio (1996-2012) não fossem provenientes de plantas transgênicas, teria sido necessária uma área extra de 123 milhões de hectares (tamanho aproximado do estado do Pará).

Além disso, os transgênicos evitaram o uso de 497 milhões de quilos de princípio ativo de defensivos químicos que seriam demandados por lavouras convencionais. As plantas tolerantes a herbicidas e resistentes a insetos racionalizaram a aplicação de produtos para o manejo dessas questões agronômicas.

Desde que estão no mercado, os transgênicos tolerantes a herbicidas são alternativas para o produtor. Agrônomos são categóricos ao afirmar que quanto mais tecnologias estiverem disponíveis para a agricultura, mais competitiva será a produção. O agricultor, por sua vez, tem o manejo da lavoura mais facilitado e seguro. Dessa forma, apenas em 2012, os OGM evitaram a liberação de 26,7 bilhões de quilos de CO2 pela redução no consumo de óleo diesel no maquinário agrícola e, obviamente, trouxeram economia ao produtor e benefícios ambientais para toda sociedade.

Vale ressaltar que a produção excedente de 377 milhões de toneladas foi conseguida apenas com a introdução de características relacionadas a resistência a pragas e a tolerância a herbicidas. No futuro, com o desenvolvimento de plantas GM que visam diretamente melhoras de produtividade, o potencial de contribuição da biotecnologia para a produção mais sustentável de alimentos será ainda maior.

O Brasil, inclusive, é um dos países que investe nesta tecnologia. A Embrapa, assim como diversas instituições públicas e privadas de pesquisa e ensino, desenvolve novas variedades por meio da biotecnologia. Como o melhoramento genético convencional está restrito aos genes de cada espécie, a transgenia é uma alternativa viável na busca pela preservação do meio ambiente e pela produção de alimentos para todos nós.

Anderson Galvão, engenheiro agrônomo, sócio-diretor da Céleres Consultoria, conselheiro do CIB e representante do ISAAA no Brasil.

Fonte: Assessoria de Imprensa Conselho de Informações sobre Biotecnologia

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